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Fogo Cruzado: Até Ciro Gomes aderiu à demagogia

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Foto: reprodução

Por Inaldo Sampaio – 15 de julho de 2019

A esquerda está-se convencendo de que chegar a 2022 com o mesmo discurso de 2018 é suicídio. Embora o governo Bolsonaro só seja avaliado positivamente, segundo o Datafolha, por 1/3 dos brasileiros, voltar às ruas com o “Lula livre” e dizendo que o impeachment de Dilma foi “golpe” seria burrice. A esquerda precisa atualizar o seu discurso e apresentar algo de novo ao país além do combate ao atual presidente. Como diz o historiador ranzinza Marco Antônio Villa, o Brasil é muito maior que o “lulismo” e o “bolsonarismo”, por isso só o discurso do contra não serve ao país.

Opor-se ao atual governo é um direito e até um dever das oposições, mas com um discurso que não tente fazer o povo de idiota tal qual ocorreu no debate da reforma previdenciária. O que elas propuseram à nação em lugar do projeto patrocinado pelo ministro Paulo Guedes? A taxação das grandes fortunas, sabidamente inexequível porque no dia seguinte os endinheirados mandariam seus “trocados” para o exterior (se fosse fácil, Lula teria feito), e a cobrança dos devedores do INSS. Sendo que a maioria deles sequer existe como empresa, como é o caso da Varig, Vasp e Transbrasil.

Foi esse discurso pobre do PT e seus satélites que levou a reforma a ser aprovada em primeiro turno por 379 votos ante 131. E, para surpresa dos democratas, até o ex-ministro Ciro Gomes aderiu ao discurso demagógico e populista do PSB, do qual sempre se manteve distante, ao defender a expulsão dos deputados do seu partido (oito) que votaram a favor do parecer do deputado Samuel Moreira.

Significa que para ter alguma chance de vitória em 2022, as oposições terão que reinventar o discurso e a postura. Porque votaram contra Gonzaga Patriota (PSB) e Eduardo da Fonte (PP) justificaram neste final de semana por que votaram contra a reforma da previdência. O primeiro disse que o projeto “sacrifica” os trabalhadores, como se fosse possível fazer uma reforma que institui idade mínima sem “sacrifício”. E o segundo que assumiu compromisso com seus eleitores em 2018 de que votaria contra.

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