Autoridades do Brasil e da Espanha investigam se o sargento preso na Espanha com 39 quilos de cocaína já se envolveu em outras ações de tráfico internacional.
Um Inquérito Policial Militar procura esclarecer como foi possível entrar com a droga no avião presidencial.
Um dos pontos que deverá ser apurado é se a tripulação passou por inspeções, como as feitas por equipamentos de raio-x, antes do embarque e da decolagem.
O procedimento obrigatório é similar ao de viagens comerciais em aeroportos.
Voos de traslado, como os das equipes de apoio, também estão sujeitos a vistorias, como explica o porta-voz da Aeronáutica, major Daniel Oliveira.
Segundo o major Daniel Oliveira, com o flagrante da droga dentro de um avião da FAB, as autoridades vão reforçar o esquema de segurança nas bases áreas militares.
Para o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, o caso é inadmissível.
Ele garante que o sargento será julgado tanto na Espanha quanto pela Justiça Militar brasileira.
O sargento Manoel Silva Rodrigues trabalhava como comissário de bordo no avião que partiu como apoio à comitiva de Jair Bolsonaro na reunião do G-20, no Japão.
Assim que desceu em Sevilha, na Espanha, a tripulação foi submetida a uma revista e a droga foi encontrada na bagagem de mão do militar.
De acordo com o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, o procedimento é uma rotina à qual todos são submetidos.
A Guarda Civil Espanhola explicou que os pacotes de cocaína eram a única coisa na mala do sargento preso e não estavam sequer escondidos em meio a roupas.
Esse fato, somado à quantidade da droga – avaliada em cerca de 6 milhões de reais na Europa, indica que o militar brasileiro possivelmente não contava com a inspeção.
Desde 2011, Manoel Silva Rodrigues realizou pelo menos 29 viagens nacionais e internacionais; neste período, integrou a comitiva de três presidentes da República.