Setecentos e setenta e quatro reais é a remuneração paga a auxiliares técnicos de enfermagem do Estado, segundo os enfermeiros de nível médio e superior que participaram de audiência pública promovida pela Comissão de Cidadania da Assembleia Legislativa, nesta terça. Os profissionais denunciaram que Pernambuco paga os piores salários do país e pediram a aprovação de leis estaduais que garantam piso salarial e carga horária de 30 horas semanais.
Duas conquistas que precisam vir juntas, na avaliação da representante dos enfermeiros, Leidjane Verães. “É uma carga horária reduzida, mas também com um piso salarial digno e que esse profissional possa, de fato, com este emprego suprir suas necessidades, e não ter que estar acumulando vínculos e vínculos”.
A sobrecarga de trabalho, estimulada pelo regime de plantões extras para os servidores do Estado, tem ocasionado o adoecimento da categoria, na avaliação dos participantes. Eles também pediram a mudança na regra que determina o corte na gratificação de produtividade das faltas justificadas por atestado médico. A ausência de representante da Secretaria Estadual de Saúde foi criticada pelos presentes.
Autora do requerimento para realizar a audiência pública, a deputada Clarissa Tércio, do PSC, destacou as más condições de trabalho verificadas nas blitz que a Bancada da Oposição da Alepe realiza nos hospitais públicos. “Foi muito bom e muito importante ouvir os representantes da categoria, todos têm se expressado. Eles trabalham muito e ganham muito pouco e isso gera um adoecimento mental”.
O reconhecimento da aposentadoria especial por insalubridade e o crescimento dos casos de suicídio também foram pontuados. Ao final das discussões, ficou acertada uma nova audiência, no mês de agosto, para debater as regras de aposentadoria. O Colegiado de Cidadania também vai solicitar uma agenda com o secretário estadual de Saúde, André Longo.