Estudantes e professores voltam as ruas em mais de 130 cidades de 25 estados e no Distrito Federal para novos protestos contra o bloqueio de verbas para a educação.
Ontem, em São Paulo, a manifestação começou à tarde, no Largo da Batata, na zona oeste da cidade, e reuniu milhares de pessoas.
No Rio de Janeiro uma multidão se reuniram na Candelária, no centro, e fizeram uma caminhada em direção à Cinelândia na mesma região.
A manifestação foi pacífica na Capital Federal, onde estudantes professores e outros servidores da educação realizaram um ato na Esplanada dos Ministérios.
Pela manhã manifestantes caminharam pelas ruas do centro de Salvador carregando faixas e bandeiras ao som de um trio elétrico.
Em Belo Horizonte dois grupos fizeram protestos na região central da cidade durante a manhã e também a tarde.
O motivo das manifestações é o mesmo dos protestos registrados a duas semanas: os cortes de verbas na educação.
Principalmente nas universidades e institutos federais, que perderam quase 14 do orçamento.
O governo alega que o bloqueio é necessário diante da falta de verbas para não ferir a Lei de Responsabilidade Fiscal.
O ministro da Educação diz que vai investigar se estudantes estão sendo ameaçados para participar de atos contra os cortes no setor.
Em um vídeo, Abraham Weintraub usou um guarda-chuva para falar que está chovendo fake news contra o MEC.
A pasta irá encaminhar as denúncias aos órgãos competentes para investigação.
Em vídeos publicados na internet, o ministro fala em um constrangimento criado para que os estudantes protestem.
Ele diz que o Ministério da Educação foi procurado por pais e alunos.
Segundo Weintraub, eles afirmaram que professores estariam falando em “punições” caso não haja participação nas manifestações.
O ministro ressaltou que isso é ilegal e pede para que casos do tipo sejam denunciados ao MEC.
O ministério enviou cópias de mensagens à imprensa para demonstrar alguns desses casos.
Há, por exemplo, prints de vídeos com a seguinte legenda: “doutrinador instigando com ameaças alunos irem ao protesto”.
Em um segundo vídeo, Weintraub aparece em um momento “cantando na chuva”.
Com direito a guarda-chuva e trilha sonora para falar que o corte de verbas do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, não foi aplicado pela pasta.
A informação foi veiculada na imprensa com base em um levantamento feito pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior.
O documento indica que o contingenciamento na educação vai bloquear quase 12 bilhões de reais em verbas que ajudariam na reconstrução do Museu Nacional.
Antes do vídeo do ministro, o MEC já tinha respondido que o corte foi feito pela Bancada Federal do Rio de Janeiro na Câmara.