O governo quer reverter no plenário do Congresso a derrota na primeira batalha para manter o Conselho de Controle de Atividades Financeiras no Ministério da Justiça.
Por 14 votos a 11, a comissão mista que analisa a reforma administrativa tirou o Coaf da pasta comandada por Sérgio Moro.
Com isso, o órgão tido como fundamental para o combate à corrupção deverá voltar para a Economia.
O relatório de Fernando Bezerra sobre a Medida Provisória que reestrutura órgãos e ministérios foi analisado nesta quinta-feira.
O texto elaborado pelo líder do governo no Senado foi apresentado com mais de 540 emendas parlamentares.
Mudanças foram acordadas com centrão e oposição para que o parecer pudesse ser aprovado no colegiado.
Entre as alterações confirmadas está a separação do Ministério de Desenvolvimento Regional, recriando as pastas das Cidades e Integração Nacional.
Mas a manutenção do Coaf na Justiça ficou pelo caminho e o senador Fernando Bezerra lamentou a derrota para o Planalto.
Retirar o Coaf da Economia foi uma das condições colocadas por Sérgio Moro para aceitar o cargo de ministro da Justiça.
Para o líder do PSL no Senado, Major Olímpio, faltou articulação política à base do governo.
O partido do presidente da Câmara, o Democratas, votou contra a manutenção do Coaf na Justiça.
Mas Rodrigo Maia minimizou a derrota do governo.
O ministro da Justiça reconheceu que a decisão do Congresso não foi favorável ao que se espera do Coaf.
Sérgio Moro declarou, no entanto, que onde estiver o órgão vai continuar forte.
A comissão mista também aprovou a proposta que proíbe a auditores da Receita investigar crimes que não sejam fiscais, como corrupção.
E devolveu às mãos da Justiça os controles sobre a Funai e sobre a demarcação das terras indígenas.
O relatório deverá passar pelos plenários da Câmara e do Senado até 3 junho, quando a Medida Provisória perderá a validade.