Jair Bolsonaro nega a existência de uma divisão dentro do governo entre integrantes da ala militar e o grupo ligado a Olavo de Carvalho.
O escritor que mora nos Estados Unidos e exerce influência sobre alguns setores no Planalto atacou o chefe da Secretaria de Governo, Carlos Alberto dos Santos Cruz.
Seguidores iniciaram, então, uma série de manifestações negativas contra o general citando uma entrevista dada por ele no mês passado.
Na gravação, o militar fala da necessidade de aprimorar a legislação que trata das redes sociais para que os usuários dialoguem mais e briguem menos.
Sem citar o ministro, o presidente fez uma postagem dizendo que vai manter um governo sem nenhum tipo de regulamentação de mídia, inclusive, as sociais.
E recomendou um estágio na Coreia do Norte ou Cuba para quem achar o contrário.
Ontem, o general Villas Bôas saiu em defesa de Santos Cruz e afirmou que Olavo de Carvalho é um “Trotski” de direita.
O ex-comandante do Exército se referia ao intelectual marxista que ajudou a implementar o comunismo na Rússia no começo do século passado.
Atual membro do Gabinete de Segurança Institucional, ele ressaltou que o escritor age para acentuar as divergências nacionais.
A reação de Villas Boas foi um recado do grupo militar para que Bolsonaro coloque um ponto final nas crises criadas por Olavo de Carvalho desde o início do governo.
Mas o presidente afirmou que ficará neutro e negou que haja uma divisão dentro do Planalto.
Bolsonaro garante que o episódio com Olavo de Carvalho não abala a permanência de Santos Cruz no governo.
E o ministro continua trabalhando com total respaldo dele.
Em outro momento nesta segunda-feira, Bolsonaro chegou a fazer um afago a outro militar do Planalto.
Na comemoração dos 130 anos do Colégio Militar do Rio de Janeiro, o presidente aproveitou para afastar de vez os rumores sobre a relação dele com o vice.
No discurso, o chefe do Executivo reforçou a amizade com o general Hamilton Mourão, alvo de críticas de Carlos Bolsonaro, próximo a Olavo Carvalho.
O vice Hamilton Mourão, por sua vez, classificou as críticas de Olavo de Carvalho como “totalmente sem nexo”.
E definiu que o melhor a ser feito neste momento é ignorá-las.
Nesta segunda-feira, o contra-almirante Sergio Ricardo Segovia Barbosa assumiu a presidência da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos.
E demitiu os diretores de Gestão Corporativa, Márcio Coimbra, e de Negócios, Letícia Catelani, ligados ao chanceler Ernesto Araújo e a Olavo de Carvalho.
Segovia é o terceiro presidente da Apex desde que Bolsonaro assumiu o Palácio do Planalto.