O ministro da Economia deve ser o primeiro convidado para debater a reforma da Previdência na comissão especial da Câmara, na semana que vem.
A presença de Paulo Guedes na primeira audiência pública deverá ser aprovada junto com o cronograma de trabalho, na terça-feira.
Quando foi à Comissão de Constituição e Justiça, no mês passado, ele bateu boca com a oposição.
A expectativa é de outro encontro acalorado, mas para o secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, o clima está mais favorável para a aprovação da proposta.
Ao mesmo tempo, outra questão servirá de teste para a articulação política com o Congresso.
A equipe econômica precisa da liberação de um crédito suplementar de quase 250 bilhões de reais para pagar despesas, como salários, bolsa família e aposentadorias.
Isso corresponde a uma autorização para usar uma espécie de cheque especial que, nesse caso, são os títulos do Tesouro Nacional.
Sem esse aval dos parlamentares até julho, a União corre o risco de descumprir a chamada regra de ouro.
Ela proíbe o governo de se endividar, gastando com a manutenção da máquina mais do que arrecada.
Se ferir a norma, ministros e o presidente da República podem ser enquadrados no crime de responsabilidade, o que poderia, em tese, virar um pedido de impeachment.
Mansueto Almeida destaca que esta é mais uma prova da necessidade da reforma da Previdência.
Ontem, o secretário especial da Previdencia, Rogerio Marinho, se reuniu com o ministro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.
Os dois discutiram estratégias para aprovar as mudanças nas aposentadorias ainda no primeiro semestre.
O foco é tentar convencer os parlamentares a não desidratar a proposta original e garantir a economia de um trilhão e 200 bilhões de reais nos próximos 10 anos.
O governo, por enquanto, só admite mexer no Benefício de Prestação Continuada e na aposentadoria rural.