O Palácio do Planalto reforça a posição do presidente da República e nega a ideia de criar um novo imposto no país.
Jair Bolsonaro desautorizou o secretário da Receita, que declarou em entrevista que estuda um novo modelo de arrecadação que poderia atingir até o dízimo de igrejas.
Marcos Cintra disse ao jornal Folha de São Paulo que existe a chance de acabar com a contribuição previdenciária que incide sobre os salários dos trabalhadores.
Para isso, seria criado um tributo sobre todas as transações financeiras, bancárias ou não, com uma alíquota de 0,9%, dividida entre quem paga e quem recebe.
A declaração irritou Bolsonaro, que usou as redes sociais para desmentir o secretário da Receita.
O presidente garantiu que o governo dele não vai criar nenhum novo imposto, em especial para as igrejas.
A declaração foi reforçada pelo porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, que também descartou uma substituição do secretário Marcos Cintra.
Em março, as contas públicas do país registraram um déficit de 21 bilhões e 100 milhões de reais contra 24 bilhões e meio negativos no mesmo período de 2018.
Apesar da melhora, a previsão é a de que o rombo chegue a 139 bilhões neste ano.
Segundo o secretário do Tesouro Nacional, a defasagem impede a elaboração de políticas sociais e investimentos públicos.
Mansueto Almeida defendeu um aumento de receita, mas para isso, descartou a criação de impostos.
Atualmente, o maior vilão da saúde fiscal das contas públicas é a Previdência – só o déficit do INSS no primeiro trimestre foi de quase 52 bilhões de reais.
Para este ano, a estimativa do governo é que o resultado negativo alcance a casa dos 218 bilhões.