Paulo reuniu secretariado para ouvir o ministro Mangabeira Unger
Wagner Ramos/SEI
Após se reunir com parte de seu secretariado e com o ministro de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, ontem no Palácio do Campo das Princesas, o governador Paulo Câmara (PSB) voltou a falar da crise econômica no Estado. Dessa vez, porém, ele procurou ressaltar que Pernambuco não ficará paralisado ao longo de 2015. “Temos uma previsão de investimento de R$ 1 bilhão. Mesmo a frustração de receita não nos leva a dimuir essa meta de investimento”, falou.
No início do ano, Paulo declarou que, apesar de 2014 ter sido difícil, Pernambuco teria a “capacidade invejável” de investir mais de R$ 3 bilhões. A previsão caiu para um terço desse valor e agora a meta do socialista é não passar a imagem de que sua gestão pode reduzir ainda mais o número. “Vamos continuar acompanhando (as contas) mês a mês e o que for necessário e se for necessário cortar a gente vai cortar. O contigenciamento de R$ 330 milhões está mantido e isso vai nos dar garantia de cumprir o que a gente almeja”, afirmou.
Paulo disse que o crescimento de 8% das receitas imaginado pelo governo não foi o atingido. “Estamos crescendo em torno de 4% nominal, ou seja, abaixo do crescimento real. É uma situação atípica. Pernambuco, nos últimos dez anos, não teve uma ocorrência desse tipo de inflexão”, declarou.
Embora tenha ressaltado preocupação com os números, o governador disse que o Estado estava cumprindo bem a sua tarefa de se preparar para os desafios deste ano e lembrou que Pernambuco “não pode avançar mais do que o equilíbrio exige” em uma alusão aos esforços do governo estadual para se enquadrar na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
Esse discurso do governador será intensificado assim que o relatório fiscal do quadrimestre for publicado. Na última terça-feira, Paulo cravou que o documento seria apresentado hoje, mas ontem a Secretaria da Fazenda informou que a divulgação do balanço pode ficar para amanhã.
Em relação ao quadrimestre, os governistas afirmam, ainda que de forma não oficial, que o único mês que superou as expectativas foi abril e que o saldo final será de um quadrimestre ruim para o Estado. Para o futuro, o cenário é de incertezas. “Os próprios economistas não têm unanimidade. Tem gente que acha que vai melhorar no segundo semestre e tem gente que diz que vai piorar”, destacou, em reserva, um interlocutor do governador.