A Polícia Civil, em Petrolina, vai realizar, daqui a pouco, às 9h, uma coletiva de imprensa para esclarecer detalhes sobre o assassinato de dois irmãos em Petrolina. Gustavo Vitor Souza dos Santos, de 12 anos, e Manoel Carlos Souza dos Santos, de 11. Gustavo foi encontrado morto na última sexta-feira (29/04), próximo ao Pátio de Eventos Ana das Carrancas, zona oeste da cidade. Já o corpo de Manoel foi encontrado na tarde da última segunda-feira (1º), no N-9 do Perímetro Irrigado Senador Nilo Coelho, zona rural da cidade.
Um crime grave demais para uma cidade calada demais diante de uma barbárie dessa envergadura. Petrolina está ficando famosa por isso também. Antes a fama era muito pela força da irrigação, agora é porque se mata muita criança por aqui.
São vários os casos, a exemplo do menino da Vila Mocó, outro a golpes de facão, a menina Beatriz (o mais emblemático de todos) e agora esses, com requintes de crueldade.
A cidade precisa parar de achar que é normal, acontecimento rotineiro, porque não é. Os políticos precisam entrar no tema fortemente, enfrentar o problema e debater entre eles e a sociedade. Com coragem.
A repercussão teria sido maior, imensa, gigante se fosse com um menino morador da orla. Filho de político, então, teria os holofotes de um país. Como no Caso Marielle, onde nos indignamos por alguém que nem tínhamos ouvido falar, mas nos calamos, acovardados, quando acontece em nosso quintal.
Pode-se dizer tudo na coletiva de logo mais. Nomes de um ou mais assassinos, motivos diversos, que os meninos se drogavam, cometiam delitos e um sem fim de adjetivos. Mas espera-se que alguém fale também que eram apenas meninos, que dificilmente nasceram maus e que não tiveram base, amor e uma oportunidade maior. Pode ser que não tenham sido santos, isso é uma suposição. Mas foram assassinados covardemente, e isso é uma verdade. (Por Carlos Britto)
Ouça abaixo os destaques policiais desta sexta-feira (05), que serão transformadas em notícias ao meio dia por Fredson Paiva, no programa Rota 903 da Rádio Arari FM.
