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FBC tem que ter muito jogo de cintura para lidar com Bolsonaro

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Foto: divulgação

Se o presidente Jair Bolsonaro se equivocou ao escolher um deputado de primeiro mandato (major Vitor Hugo, do PSL de Goiás) para ser o líder do governo na Câmara Federal, acertou em cheio quando convidou o pernambucano Fernando Bezerra Coelho para ser seu líder no Senado. Fernando tem talento político para “arrumar” a base governista naquela Casa, é inteligente, trabalhador e conhece o Regimento como a palma da mão.

Pode-se dizer, inclusive, que ele está para Bolsonaro como Romero Jucá esteve para os quatro ex-presidentes dos quais foi líder: Fernando Henrique Cardoso, Lula, Dilma Rousseff e Michel Temer. O senador pernambucano foi escolhido praticamente por exclusão, dado que não há outro na bancada governista com a mesma capacidade para unificá-la e ao mesmo tempo convencê-la a aprovar o mais importante projeto que o governo patrocinou até agora que é a reforma previdenciária.

FBC, em seus mais de 30 anos de vida pública, conviveu com políticos habilidosos como Roberto Magalhães, Marco Maciel, Miguel Arraes, Eduardo Campos e Luiz Inácio Lula da Silva. Conviveu também com uma “pedreira”, que é Dilma Rousseff, de quem foi ministro da Integração. Mas resta ainda saber como será sua convivência com o presidente Bolsonaro, que não tem jogo de cintura, não tem o menor respeito pelos aliados (vide a demissão desnecessária do ministro Gustavo Bebiano) e não sabe o que é política nem tem mais idade para aprender. Talento para lidar com o presidente o senador tem de sobra, mas é preciso saber ainda se o presidente terá paciência para lidar com ele. (por Inaldo Sampaio / Coluna Fogo Cruzado – 21 de fevereiro de 2019)

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