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Chefe do Parlamento se declara presidente da Venezuela em meio a protestos

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Juan Guaidó, que se declarou presidente da Venezuela nesta quarta-feira Foto: Reprodução
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O Globo

RIO — Diante de uma manifestação gigantesca, que superou amplamente as expectativas da oposição em toda a Venezuela, o presidente da Assembleia Nacional (AN), Juan Guaidó, declarou assumir “formalmente as competências do Executivo Nacional como presidente encarregado” do país. O jovem líder opositor, de apenas 35 anos, vinha sendo pressionado para tomar esta decisão, mas claramente esperou a reação popular desta quarta-feira para dar o passo que a grande maioria da oposição esperava.

— Aqui não existe nada paralelo, o exercício do poder é aqui — declarou o presidente da AN em Caracas, derrubando teorias sobre a criação de um governo paralelo no exílio, nos moldes do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), não reconhecido pelo Palácio de Miraflores e que atua fora do país.

A juramentação de Guaidó era uma especulação, e poucos esperavam que fosse anunciada nesta quarta-feira, já que a AN ainda está debatendo um projeto de lei sobre o que a oposição já chama de “transição”. O texto começou a ser discutido na terça e ainda não foi votado.

De acordo com o TSJ no exílio, Guaidó já estava em condições de assumir como “presidente encarregado” já que a AN declarou “vazio de poder” após a posse não reconhecida do presidente Nicolás Maduro, em 10 de janeiro passado.

Em seguida, o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela determinou ao Ministério Público que investigue criminalmente os integrantes do Parlamento, de maioria opositora. O Legislativo é acusado de usurpar as funções de  Maduro. “Exorta-se ao Ministério Público, ante a objetiva materialização de condutas constitutivas de tipos delitivos, para que de forma imediata proceda a determinar as responsabilidades dos integrantes da Assembleia Nacional”, destacou o TSJ em uma declaração lida à imprensa.

Oposição em Brasília

Em encontros com as mais altas autoridades do governo brasileiro, na semana passada, em Brasília, líderes da oposição pediram o reconhecimento de Guaidó como presidente “encarregado” e saíram da capital brasileira com o compromisso, não só do governo Bolsonaro, mas de todos os membros do Grupo de Lima, de que o presidente da AN seria considerado um chefe de Estado legítimo.

Os protestos desta quarta-feira vinham sendo convocados pela oposição desde a possse de Maduro. Várias cidades da Venezuela amanheceram tomadas por manifestantes. Milhares de pessoas marcham em todo o país exibindo cartazes com apelos à liberdade e à saída de Maduro do poder. Alguns cantam o hino nacional. Outros bradam: “Não quero bônus, não quero Claps, quero que Nicolás saia”, em referência ao sistema paralelo de distribuição de alimentos por meio dos Comitês Locais de Abastecimento e Produção, mercados mantidos pelo governo para a venda aos venezuelanos mais pobres.

Desde a madruada até o final da manhã, ao todo nove mortes no contexto dos protestos já haviam sido registradas em três localidades do país, Distrito Capital, Bolívar e Amazonas.

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