Por Inaldo Sampaio / Coluna Fogo Cruzado – 17 de dezembro de 2018
Paulo Câmara tem mais 14 dias para encerrar a montagem do seu segundo governo, que, diferentemente do primeiro, terá mais a sua cara e menos a de Eduardo Campos, que o lançou na vida pública e, mesmo morto, garantiu a sua vitória.
O governador terá o apoio de pelo menos 35 dos 49 deputados estaduais que vão do PCdoB ao Partido Progressista, passando pelo PT, PR, PDT, DEM, PRB, Podemos e Solidaridade. Terá portanto a maioria de que precisa para aprovar projetos de lei e emendas à Constituição, que exigem quórum qualificado.
O governo estará bem posto do ponto de vista da sustentação, faltando apenas o anúncio das peças para avaliar se ele está mais para o atual governador ou se mantém a alma de Eduardo Campos, que permanece muito presente no PSB, no Palácio do Campo das Princesas e no conjunto de forças que venceu as quatro últimas eleições majoritárias em Pernambuco.
Já o presidente eleito Jair Bolsonaro encerrou a montagem do seu ministério na semana passada e agora deve passar para a etapa mais difícil que é a composição do segundo escalão.
A exemplo do governador de Pernambuco, ele não terá problema de governabilidade, devendo ser apoiado por cerca de 380 dos 513 deputados federais. Desses, 320 já passaram pelo Centro Cultural do Banco do Brasil, em Brasília, onde funciona o escritório de transição, embora apenas o PR tenha saído de lá declarando-se governista.
Exceto o PT, o PSB, o PDT, o PSOL e o PCdoB, todos os outros 25 partidos com representação na Câmara deverão integrar o bloco governista, porém em nome do pragmatismo político vão aguardar algum aceno do presidente eleito no que toca aos cargos do segundo escalão. Se Bolsonaro não radicalizar, todos já se assumirão como governistas no início dos trabalhos do Congresso Nacional,