Mal passaram as eleições e os deputados estaduais já articulam no buraco frio da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) a eleição da Mesa Diretora, que ocorre em 1º de fevereiro de 2019. Nenhum parlamentar fala abertamente, mas as negociações estão a pleno vapor desde que fecharam as urnas no dia 7 de outubro. Sete cargos e quatro suplências estão em jogo, sendo presidência, primeira-secretaria e primeira-vice-presidência as vagas mais cobiçadas. O atual presidente da Casa, Eriberto Medeiros (PP), eleito em 1º de agosto, segue como o mais cotado para permanecer no cargo.
A eleição deveria obedecer ao critério de proporcionalidade. Neste caso, o PSB, com 11 deputados eleitos, teria prioridade na indicação do presidente. O PP, com dez, tem a segunda maior bancada e poderia ficar com a primeira-secretaria. Já PSC, com cinco, é o terceiro maior partido com parlamentares eleitos, porém é oposição. PT, DEM e PSD possuem três vagas, cada. PR e PTB possuem dois deputados, cada. PCdoB, PSOL, Solidariedade, PSDB, PRTB, Avante, PRB, MDB, PDT e PHS elegeram um cada. As “noivas” são os novos eleitos.
Com menos de seis meses de mandato e a simpatia dos colegas, Medeiros deve ser reconduzido. Porém, nos bastidores, comenta-se que o deputado estadual Diogo Moraes (PSB), primeiro-secretário, também teria interesse na presidência, mas não teria apoio suficiente neste pleito. O PSB estaria dividido entre a manutenção de Medeiros ou a sucessão de Moraes na primeira-secretaria, visto que o socialista tem o impedimento legal de dois mandatos. Ele, contudo, pode disputar outro cargo na Mesa.
Caso os socialistas optem por ficar com a primeira-secretaria, os nomes especulados são os de Lucas Ramos (PSB) e Waldemar Borges (PSB). Os deputados Rodrigo Novaes e Romário Dias, ambos do PSD, vislumbram também ocupar algum espaço na Mesa. Nos corredores da Alepe, avalia-se que um deles pode conseguir um assento, a depender das costuras.
Além de Medeiros e Moraes, a Mesa é atualmente composta por Cleiton Collins (PP) como primeiro-vice-presidente, e Romário Dias, segundo-vice, com Vinicius Labanca (PP), segundo-secretário, Julio Cavalcanti (PTB), terceiro-secretário, e Álvaro Porto (PTB), quarto-secretario. Nos bastidores, comenta-se que houve, inicialmente, por parte de alguns, a ideia de alterar o regimento interno da Alepe para que alguns ocupantes de cargos na Mesa permanecessem neles por mais tempo do que os dois mandatos permitidos atualmente, sem sucesso. Assim como também não há clima para bate chapa.
Na nova configuração, 16 deputados de partidos de oposição ao governador reeleito Paulo Câmara (PSB) se elegeram. Destes, especula-se que, ao menos, três migrem para a base governista e, apesar de o PT estar no arco de aliança de Câmara, pondera-se que os dois eleitos possam ficar na oposição. Os mais cotados para assumir a liderança da bancada são Priscila Krause (DEM) e Álvaro Porto (PTB) e, pela proporcionalidade, a oposição só ocupará duas vagas na Mesa.