Pioneiro no país, hoje Pernambuco concentra a maior Rede de Ensino Público em tempo integral com 390 escolas que atendem mais de 160 mil estudantes
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Em 10 de julho de 2008 o então governador do estado, Eduardo Campos, assinava a lei complementar 125, que criava o programa de Educação Integral. A partir disso, Pernambuco começou a instituir como política pública o ensino médio integral e técnico, bem como a oferta sistemática de experiências inovadoras e o estímulo à inserção da tecnologia nas salas de aulas e tornar as escolas mais atrativas e, com isso, potencializar o aprendizado dos estudantes. Desde então, o Estado vem se destacando no cenário nacional com a quantidade de escolas em tempo integral que agrega. De acordo com o Ministério da Educação (MEC) Pernambuco, hoje, concentra a maior rede de ensino médio integral do país.
Atualmente, o estado dispõe de 390 escolas em tempo integral. Dessas, 345 são Escolas de Referência em Ensino Médio (EREMs) e 43 são Escolas Técnicas Estaduais (ETEs), que atendem mais de 160 mil estudantes. O que mais chama a atenção é a ampliação das escolas em tempo integral no estado ao longo desses dez anos que antes contava, apenas, com 51 unidades de ensino. Isso significa um crescimento de de mais de 676%. Outro dado importante a ser revelado é a evolução na quantidade de polos de Educação a Distância. Em 2008, a região não apresentava nenhum local para os estudantes se qualificarem profissionalmente por meio do ensino a distância. Hoje, Pernambuco já conta com 96 polos espalhados por todo o estado. Um crescimento de mais de 455%.
O que antes era um projeto passou a ser uma política pública. Com a promulgação da Lei nº 13.968/2009, que marcava o recomeço da secretária executiva de Educação Profissional, capitaneada pelo então secretário executivo, Paulo Dutra, a escola em tempo integral é uma estratégia para materializar uma educação integral que atenda todos os jovens do estado desde o cais até o sertão. Dentro das unidades de ensino se trabalha uma filosofia de educação interdimensional concebida pelo professor mineiro Antônio Carlos Gomes da Costa, que executa fortemente a premissa da pedagogia da presença, do educar para valores e do protagonismo juvenil. Portanto, essa proposta da política pública de educação integral em Pernambuco forma jovens autônomos, solidários, competentes e capazes de sonhar e concretizar os seus projetos de vida.
De acordo com a secretária executiva de Educação Profissional, Maria Medeiros, os estudantes de escola integral têm um grande diferencial, pois vão poder ao longo dos três anos do Ensino Médio construir um conjunto de competências e habilidades, inclusive habilidades socioemocionais, que vão permitir tanto dar continuidade aos estudos ingressando em uma universidade quanto à inserção produtiva no mundo do trabalho.
“As escolas integrais do estado de Pernambuco têm dado uma importante contribuição no que diz respeito à elevação dos índices educacionais, como o Índice de Desenvolvimento da Educação de Pernambuco (IDEPE) e o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB). É também notória a questão da participação dessas escolas no que diz respeito à taxa de abandono porque nós temos escolas que são mais atrativas e, portanto, os jovens permanecem nas nossas unidades escolares”, aponta.
Dentro de uma escola integral, os estudantes encontram um trabalho voltado para o protagonismo juvenil, além da ampliação da carga horaria, que varia de 35 a 45 horas semanais, com a proposta de abrir a possibilidade para a juventude e criar oportunidades para que esses jovens consigam se desenvolver na sua integralidade pessoal.
Quanto ao futuro das escolas em tempo integral, segundo Medeiros, já está posto no quadro estratégico da Secretaria de Educação a universalização das escolas de referência. “Nós estamos caminhando para que todos os municípios do estado de Pernambuco, incluindo o distrito de Fernando de Noronha, tenha pelo menos uma escola de referência. Mas, a proposta é que avancemos para garantir que todo estudante que queira entrar numa escola integral tenha matrícula disponível”, reforça.
“Mais do que um simples programa a educação integral, na realidade é algo transformador. A gente está transformando a nossa educação, e mais do que isso, estamos transformando a vida dos nossos jovens”, afirma o secretário de Educação do Estado, Fred Amancio. E continua: “Nós temos outros desafios. Vamos dar continuidade a esse projeto mesmo nas escolas que nós já temos em tempo integral e vamos continuar evoluindo e expandindo cada vez mais oportunidades para que todos os estudantes que têm o desejo de estudar em uma escola em tempo integral tenham essa possibilidade atendida”, acrescenta.