A Polícia Federal entregou na tarde desta terça-feira (16/10) o relatório final do Inquérito dos Portos, que investiga o presidente Michel Temer, ao ministro Luís Roberto Barroso, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF). O documento pede o indiciamento do presidente da República, Michel Temer. Além disso, o relatório concluiu pelo indiciamento de Temer, do ex-assessor Rodrigo Rocha Loures, do coronel aposentado João Baptista Lima Filho e dos empresários da Rodrimar.
Segundo a reportagem, desde novembro de 2017, o delegado Cleyber Malta Lopes apura se empresas do setor portuário pagaram propina em troca de serem beneficiadas com a edição do Decreto dos Portos por Temer. O texto ampliou de 25 para 35 anos as concessões dessas companhias, que poderiam administrar terminais portuários por até 70 anos. A suspeita é que as principais beneficiárias tenham sido a Rodrimar e o grupo J&F.
O inquérito, aberto pelo então procurador-geral da República Rodrigo Janot, baseia-se nas delações de ex-executivos da J&F, grupo proprietário da Eldorado Celulose, que atua no Porto de Santos (SP). Eles denunciaram pagamentos de propina a agentes políticos, entre eles Michel Temer e seu ex-assessor e ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures.
Depois, o coronel João Baptista Lima Filho, amigo do presidente, também passou à condição de investigado: teria recebido R$ 1 milhão da J&F, a pedido de Temer, segundo os delatores. Rocha Loures e Lima Filho chegaram a ser presos. A detenção de Loures ocorreu quando ele carregava uma mala com dinheiro entregue por representantes da J&F e a qual seria, segundo ele, destinada a Michel Temer, o que lhe rendeu o apelido de “homem da mala de Temer”.
Durante quase um ano, registra o G1, a Polícia Federal também investigou uma reforma feita na casa da filha do presidente, Maristela Temer, avaliada em ao menos R$ 1 milhão e que teria sido paga com recursos do setor portuário.
A conclusão do inquérito foi prorrogada diversas vezes, com autorização judicial. Ainda não foi revelado o teor do documento entregue nesta terça (16/10) pela PF a Luís Roberto Barroso.