- Por Jovem Pan
O advogado Cristiano Zanin Martins, defensor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), soltou uma nota à imprensa na tarde desta segunda-feira (1) logo depois de Sergio Moro ter liberado parte da delação do ex-ministro Antonio Palocci no âmbito da Operação Lava Jato. De acordo com ele, a conduta adotada pelo juiz “apenas reforça o caráter político dos processos e da condenação injusta imposta ao ex-presidente Lula”.
“Moro juntou ao processo, por iniciativa própria (‘de ofício’), depoimento prestado pelo Sr. Antônio Palocci na condição de delator com o nítido objetivo de tentar causar efeitos políticos para Lula e seus aliados, até porque o próprio juiz reconhece que não poderá levar tal depoimento em consideração no julgamento da ação penal. Soma-se a isso o fato de que a delação foi recusada pelo Ministério Público. Além disso, a hipótese acusatória foi destruída pelas provas constituídas nos autos, inclusive por laudos periciais”, disse.
“Palocci, por seu turno, mentiu mais uma vez, sem apresentar nenhuma prova, sobre Lula para obter generosos benefícios que vão da redução substancial de sua pena – 2/3 com a possibilidade de ‘perdão judicial’ – e da manutenção de parte substancial dos valores encontrados em suas contas bancárias”, completou.
Homologada pelo desembargador Gebran Neto, do TRF-4, a delação mostra detalhes do esquema de propinas nas obras de Belo Monte, na compra de bloco de exploração na África, na Sete Brasil e na relação entre o grupo Schanin, o PT e o instituto de pesquisas Vox Populi. O primeiro anexo obtido pela Jovem Pan diz respeito ao “loteamento de cargos na Petrobras e sua utilização pelo governo federal para prática de crimes”.
Palocci relata que “era comum Lula, em ambientes restritos, reclamar e até esbravejar sobre assuntos ilícitos que chegavam a ele e que tinham ocorrido por sua decisão; que a intenção de Lula era clara no sentido de testar os interlocutores sobre seu grau de conhecimento e o impacto de sua negativa”.
Além disso, o ex-ministro confirma que Lula “simulava indignação” toda vez que uma denúncia de irregularidade era dita ao ex-presidente. Entretanto, os crimes era autorizados.