A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu a cassação do habeas corpus concedido a Beto Richa (PSDB) e questionou a competência do ministro Gilmar Mendes para julgar o pedido do ex-governador do Paraná.
O tucano foi preso no âmbito da Operação Radiopatrulha, que visava desvios em um programa de manutenção de estradas rurais. Mendes recebeu o pedido da defesa de Richa na última sexta-feira (14), mesmo dia em que a Justiça paranaense mudou a prisão do ex-governador de temporária para preventiva.
Os advogados do candidato do PSDB ao Senado do Paraná solicitou a liberdade do cliente diretamente ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) através de uma petição no processo em que Gilmar Mendes proibiu a condução coercitiva para interrogatórios em todo o Brasil, a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental de número 444.
Dodge avalia que a defesa adotou “expediente jurídico exótico, que resultou no direcionamento de seu pedido para o ministro Gilmar Mendes”.
A procuradora-geral finalizou dizendo que “caso a decisão agravada não seja revertida, o relator da ADPF 444 será, doravante, o revisor direto e universal de todas as prisões temporárias do país”.