Por Roberto Gonçalves
Tristeza profunda e falta de expectativas na mudança de uma vida que se apresenta de forma bastante dolorosa podem levar muitas pessoas a uma decisão extrema: o suicídio. Quase sempre associada a transtornos psiquiátricos, esta percepção de mundo levou quatro pessoas a tirarem a própria vida somente no mês de março no sertão do Araripe.
Em 2015 já são cinco suícidios, desses, três foram registrados no município de Bodocó, um em Araripina e um em Santa Cruz da Venerada.
Históricos dos casos:
No sábado, (03) de janeiro, Thiago Ferreira Alves, 24 anos, residente no sitio Retronco em Bodocó, foi encontrado no quarto com uma corda no pescoço.
Na segunda-feira (02) de março, José de Souza Filho, 49 anos,esfaqueou a sua companheira em Santa Cruz. a vítima foi socorrida e não morreu. Em seguida, pensando que a mulher estava morta, ele cometeu suícidio por enforcamento.
Também em março, o detento José Pereira da Silva de 27 anos, foi encontrado morto do domingo (8), na Cadeia Pública de Araripina. Ele era natural da cidade de Trindade e tinha sido preso na noite de sábado (7) por suspeita de ter abusado da irmã. De acordo com a Polícia Civil, ele foi achado enforcado.Obs:O pai dele tinha morrido em um acidente dois dias antes na BR 316 em Trindade.
No dia 21, Uma dona de casa identificada por Maria do Socorro de Sales, de 28 anos, praticou suicídio por enforcamento dentro da própria casa, na Rua Francisco Luis Gomes, no Bairro São José em Bodocó, e o corpo foi encontrado pelo companheiro dela.
O último caso, aconteceu na mesma rua em Bodocó. Maria Nilza Gomes de Oliveira, 53 anos, solteira, do lar, teria amarrado uma corda no telhado do terraço e se enforcada. Seus parentes ainda afirmaram que ela estava passando por problemas de depressão.
Costumeiramente, suicidas emitem sinais, que podem e devem ser percebidos para tentar evitar o fim trágico. E vale destacar: a crença de que “quem quer se matar não ameaça, simplesmente se mata” é completamente infundada.
Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam para a alta incidência de suicídios entre jovens – principalmente do sexo masculino – de 15 a 35 anos, bem como pessoas com mais de 75 anos. Não há uma explicação precisa para o fato de uma série de suicídios ter sido registrada no sertão do Araripe, mas as tragédias recentes deixaram o alerta sobre a importância de se desvincular do tabu que ainda cerca o tema e começar a lidar com ele abertamente. Esta mudança de atitude pode, segundo especialistas, contribuir para que os potenciais suicidas percam a culpa e a vergonha e, assim, falem sobre o assunto.