Perguntado sobre o motivo pelo qual ele não apoia o PT no primeiro turno, como chegou a ser negociado pela cúpula petista, Ciro renovou os ataques ao partido. “O PT cortou a candidatura de Marilia Arraes em Pernambuco, a quem deram corda por dois anos. Eles tiraram o tapete dela para apoiar um candidato que apoiou o impeachment, que eles chamam de golpe, de Dilma Rousseff. O PT passou de qualquer limite”, exemplificou.
A retirada da candidatura de Marilia Arraes ocorreu na esteira de um acordo entre as direções nacionais do PT com o PSB. Em troca do apoio à reeleição do governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), o PT abriu mão da candidatura própria da vereadora O PSB, por sua vez, rifou o nome de Marcio Lacerda ao governo de Minas Gerais e se manteve neutro na disputa ao Planalto. O arranjo isolou Ciro Gomes no campo da centro-esquerda.
“A cúpula do PT perdeu completamente a noção. Eles querem agitar o nome de Lula para eleger deputado, só isso”, afirmou. “Eles se esqueceram do desastre que foi o governo Dilma. Esqueceram que foram eles que botaram o Michel Temer como vice. Esqueceram do (Antonio) Palocci. Esqueceram da Petrobras.”
Bolsonaro
Ciro também atacou o candidato Jair Bolsonaro (PSL) e a defesa que ele faz ao porte de armas. “Isto é uma aberração. Não é assim que se resolve o problema. É com aparato, inteligência”, disse. Segundo o pedetista, ampliar o armamento da população é uma demagogia.
Mais cedo, em agenda em Osasco, Ciro já havia criticado tanto o PT quanto Bolsonaro.
Perguntado sobre qual era a posição dele em um eventual segundo turno de Bolsonaro contra o PT, Ciro desconversou. “Pode morrer? Tô repetindo, vale morrer?”, brincou. “Olha, a gente tá lutando por uma saída que não seja extremista, que não seja demagógica e que não seja mentirosa”, disse, sem citar os nomes dos adversários.