Palácio já traça como será a chapa majoritária de Paulo Câmara sem a presença do PT
Paulo Veras – JC Online / Foto: Guga Matos/JC Imagem
Em meio ao emperrado imbróglio nacional entre PSB e PT, aliados do governador Paulo Câmara (PSB) já admitem, em reserva, não acreditar em uma coligação entre os dois partidos em Pernambuco. Em busca de tirar da disputa a incomoda candidatura da vereadora do Recife Marília Arraes (PT), Paulo ainda briga dentro do PSB nacional para evitar que sigla feche uma aliança com o ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT), tentando favorecer o PT na corrida presidencial.
Na última semana, o governador disse que tem que trabalhar com o que tem de certo: uma aliança com vários partidos. Na ocasião, Paulo disse que o PT ainda não era uma certeza. “Pelo contrário, tem ainda um conjunto de indefinições quanto a isso”, afirmou. O socialista também subiu o tom ao afirmar que uma coligação em Pernambuco dependeria do PT. “Nós já deixamos muito claro que nós vamos apoiar a candidatura do presidente Lula”, argumentou na ocasião.
Com a convenção nacional do PSB adiada para 5 de agosto, último dia para a realização das convenções, aliados do governador admitem que a definição sobre uma composição entre as duas siglas deve ocorrer nos estertores do prazo. “Será aos 47 minutos do segundo tempo”, afirmou um governista. “A definição só sairá ao meio-dia do dia 5”, apostou um palaciano.
Hoje, a chapa do governador tem confirmada apenas a presença do deputado federal Jarbas Vasconcelos (MDB), que disputará o Senado. Se o PT estiver com Paulo, a segunda vaga de senador será oferecida para que Humberto Costa (PT) tente a reeleição.
Sem o PT, o governo cogita três nomes para compor a majoritária. Presidente nacional do PCdoB, a deputada federal Luciana Santos é a mais cotada para a vice. Além da proximidade entre os dois partidos, a presença de Luciana serviria de contraponto à candidatura de Marília.
O nome mais cotado para o Senado é o do ex-prefeito de Caruaru José Queiroz (PDT). O deputado federal Sebastião Oliveira, presidente estadual do PR, também busca a vice.
Imagem de Eduardo
Em Barreiros, onde realizou um ato de pré-campanha que reuniu cerca de mil pessoas, segundo o PSB, o governador Paulo Câmara voltou a colar a sua imagem à do ex-governador Eduardo Campos, padrinho político falecido em 2014. O movimento também busca neutralizar Marília, que se beneficia do sobrenome Arraes.
“Continuo leal àquela pessoa que me deu oportunidade, que me ensinou, que é o ex-governador Eduardo Campos”, afirmou Paulo à militância. Ao lado dele, João Campos, pré-candidato a deputado federal, disse que o pai fez a melhor escolha para sucedê-lo no governo. “Ele sempre pensou em quem seria o melhor nome pra tomar conta de Pernambuco e não tenho dúvida que ele acertou”, disse o jovem.