Humberto Costa (PT) e Tadeu Alencar (PSB) também falaram em aliança na manhã desta segunda
Da Editoria de Política / Foto: Guga Matos / JC Imagem
Após o adiamento do PT sobre a definição de ter ou não candidato ao governo, o governador Paulo Câmara (PSB) afirmou na manhã desta segunda-feira ,7, que está à disposição para conversar com os petistas sobre aliança em Pernambuco. “As convenções e as definições de aliança serão em julho. E as convenções em agosto. Então a gente tem tempo. Estamos à disposição para conversar. O PSB já se colocou de maneira muito clara qual é a nossa forma de pensar. E o PT, eu estou a disposição para conversar e ter condições de avançar numa aliança. Mas vamos respeitar também o tempo de cada partido e respeitar esse prazo aí que eles colocaram”, disse Paulo durante a cerimônia de lançamento da pedra fundamental da fábrica da Aché, no Cabo de Santo Agostinho.
Do lado petista, o senador Humberto Costa, que defende abertamente a aliança, defende que o PT precisa ser reconstruído. “O importante para essa eleição é tirar o partido da situação que está vivendo, nós perdemos lideranças fundamentais como João Paulo, Genivaldo que foi prefeito de Águas belas, o ex-vereador Osmar Ricardo. Então não podemos partir do pressuposto que está tudo bem. Temos que iniciar um processo de reconstrução do partido e para reconstruir o PT nós temos que ter uma estratégia eleitoral que seja a melhor para quem sabe para elegermos um senador, pelo menos uns uns três deputados federais, uns cinco deputados estaduais, tem que ser esse o objetivo que está colocado”, destacou.
Nos bastidores, o PSB sinaliza com a possibilidade de entregar uma das vagas do Senado ao PT para que Humberto dispute a reeleição. Entre os socialistas, o adiamento em quase um mês da decisão do PT, que ocorreria no próximo dia 12, favorece a possibilidade de uma aliança.
CAMPO DE ESQUERDA
Durante Assembleia Extraordinária da Amupe, na manhã desta segunda, o deputado federal Tadeu Alencar (PSB) disse que quer o PT na Frente Popular, mas ressaltou que respeita o debate interno do partido. “Sou favorável à aproximação. Acho que os problemas que a gente tem no Brasil, especialmente na esquerda brasileira, dispensam estarmos exaltando diferenças. Temos diferenças, os motivos que nos levaram ao afastamento do PT são conhecidos, foram ditos com muita clareza, nossa posição no impeachment foi debatida com a sociedade, não foi oportunista. Vejo dentro do PT um olhar de que temos que ter política de alianças no campo de esquerda e se ficar exaltando diferenças não vamos sair dessa encruzilhada. Já temos partidos desse campo, PDT e PCdoB e queremos ter o PT também, porque temos nesse campo uma convergência histórica muito maior que divergências”, disse o socialista.
Pré-candidata ao governo, a vereadora do Recife Marília Arraes (PT) afirmou nesse domingo, durante ato na Rua da Aurora, que respeita o ponto de vista diferente de Humberto em relação a estratégia para defesa de Lula e para o fortalecimento do PT. Ela fez questão de registrar que a definição sobre ter ou não candidato ao governo será feita pelos 300 delegados do PT que se reunirão no dia 10 de junho. “Nós estamos com tempo de fazer essa discussão. Em relação à candidatura própria, nós só fortalecemos essa ideia. Teremos mais tempo de conversar com as pessoas, de andar, de angariar votos dentro e fora do PT”, prometeu.
Em 2014, quando apoiou a candidatura de Armando Monteiro ao governo estadual, o PT não conseguiu eleger deputados federais em Pernambuco. Questionado se isso pode vir a se repetir com um apoio a Paulo Câmara, Humberto disse que o partido terá liberdade para formar sua chapa. “O PT, se for fazer qualquer aliança, vai exigir ter plena liberdade para montar sua chapa estadual e federal, vai ter plena liberdade para discutir o que for melhor. Se o melhor for uma aliança, uma coligação proporcional, o PT poderá fazer essa coligação, se não o PT poderá ter sua chapa própria”, comentou.