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Na política, Renata Campos vai além do papel figurativo

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Viúva de Eduardo Campos, ela foi ao longo dos últimos anos o braço direito do ex-governador.

Jornal do Commércio

Ela não tem um cargo no primeiro escalão do governo estadual ou na Prefeitura do Recife e nem ocupa uma das cadeiras da Assembleia Legislativa ou uma das vagas destinadas a Pernambuco na Câmara Federal. Ainda assim, no momento, Renata Campos, viúva do ex-governador Eduardo Campos, morto em agosto do ano passado, é uma das mulheres mais influentes do Estado. A socialista, que assim pode ser chamada por ser filiada ao PSB, sempre acompanhou o marido de perto na condução do Estado. 

A presença de Renata Campos no governo estadual não se resumia à figuração como primeira-dama pernambucana. Concursada pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), ela coordenou o programa Mãe Coruja e ajudou a reduzir a mortalidade infantil em Pernambuco. O projeto foi premiado pela Organização das Nações Unidas (ONU) e este ano, sob responsabilidade de outra gestora, a médica Bebeth de Andrade Lima, ganhou outra premiação, concedida na última quarta-feira pela Organização dos Estados Americanos.

Mas a influência de Renata Campos não existe pelo trabalho à frente do Mãe Coruja. Ela se dá, sobretudo, por ela ter sido ao longo dos últimos anos o braço-direito de Eduardo. Dessa forma, é natural que após a morte do ex-governador Renata ocupado papel de destaques nas decisões do PSB. No ano passado, ela foi cogitada para ocupar o posto de vice-presidente de Marina Silva, que herdou a vaga do pernambucano na disputa pela presidência da República.

Marina terminou concorrendo com Beto Albuquerque (PSB-RS), mas Renata não foi coadjuvante na eleição de 2014. Ela foi para a linha de frente da campanha de Paulo Câmara (PSB). Participou de comícios, caminhadas e gravou participações nos guias eleitorais de TV e Rádio pedindo votos para o afilhado político do marido. O candidato, que estava em segundo lugar nas pesquisas, terminou vitorioso. Em todos os eventos, Renata esteve acompanhado dos filhos, inclusive o caçula Miguel, que completou um ano apenas em 2015.

Paulo foi eleito governador e cresceram as especulações sobre uma participação de Renata no governo estadual. O socialista chegou a declarar que ela tinha competência para atuar em qualquer área da administração. Renata preferiu se manter longe do Palácio do Campo das Princesas, embora no início da gestão tenha participado de algums atos públicos ao lado do atual chefe do Executivo estadual. Nos bastidores, a ex primeira-dama é apontada como uma das conselheiras de Paulo.

Apesar das aparições públicas desde a morte de Eduardo, Renata tem evitado dar entrevistas. O silêncio deve ser quebrado nos próximos dias, porém mais uma vez as declarações da ex primeira-dama serão dadas via PSB. Ela gravará nas próximas semanas uma participação no programa nacional do partido que será veiculado ainda este primeiro semestre e lembrará a atuação de Eduardo como governador de Pernambuco.

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