Comércio comemora retomada de 3,8% no Estado em 2017 . Agropecuária e serviços puxaram o desempenho da economia em recuperação
JC Online / Foto: Heudes Regis/JC Imagem
A economia de Pernambuco voltou a crescer em 2017 e registrou desempenho acima do nacional. Enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro avançou 1% no ano passado, a performance local foi de 2%. Com esse resultado, o Estado volta ao mesmo patamar de crescimento de 2014, quando o País ainda não tinha entrado em recessão. O movimento de retomada foi puxado pelos setores de agropecuária (19%) e serviços (1,9%), com destaque para a recuperação do comércio (3,8%). Já a indústria não deu resposta positiva (-1,1%), influenciada pelo ciclo negativo da construção civil (-6,5%), que perdura desde 2014. Os dados foram divulgados ontem pela Agência de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco (Condepe/Fidem). para 2018, a expectativa é de crescimento de 3% no PIB.
“O resultado não nos surpreendeu porque já estávamos acompanhando o avanço da economia pernambucana acima da brasileira, desde o primeiro trimestre de 2017. Antes da recessão, o Estado vinha crescendo acima do País, mas por outro lado, a crise foi mais severa conosco. Mas o resultado do ano passado mostra que a retomada pernambucana acontece num ritmo mais acelerado”, comemora o presidente do Condepe/Fidem, Bruno Lisboa.
Em 2010 Pernambuco registrou o melhor resultado do PIB da sua história, com expansão de 7,7%, puxado pela implantação dos chamados projetos estruturadores, como a implantação da Refinaria Abreu e Lima (Rnest) e o Estaleiro Atlântico Sul (EAS). Em 2011, o PIB fechou em 4,5%, alcançando taxas de 2,2% (2012) e 3,5% (2013). Em 2014 já foi percebida uma desaceleração do crescimento (2%) e nos anos da crise a taxa foi negativa em 3,5% em 2015 e estável (0,5%) e 2016.
SETORES
Com participação de 3,9% no PIB de Pernambuco, a agropecuária registrou crescimento de 19% em 2017 e contribuiu para o resultado positivo da economia. Apesar da alta taxa, o avanço está relacionado a uma base depreciada em função de seis anos de seca. Na agricultura cresceram tanto as lavouras temporárias (45,6%) quanto as permanentes (17,1%). Entre as temporárias, os destaques foram para milho, cana-de-açúcar e arroz, enquanto uva, manga e coco puxaram as permanentes. “Desse crescimento de 2% do PIB podemos dizer que 40% foi influenciado pela agropecuária e 60% pelo setor de serviços, que representa 76,1% do PIB”, explica o gerente de estudos e pesquisas socioeconômicas do Condepe/Fidem, Rodolfo Guimarães.
O setor de serviços foi alavancado principalmente pelo comércio, que em Pernambuco cresceu 3,8% em 2017, bem acima do resultado nacional (1,8%). O movimento, tanto nos shoppings quanto no comércio de rua, e a abertura de lojas serviram como termômetro para o desempenho do setor. Na indústria, a montadora da Jeep em Goiana puxou para cima o resultado da indústria de transformação, que cresceu 0,9%. A fabricação de automóveis explodiu 49,4% em 2017 sobre 2016.