Gestores vão entregar uma lista de exigências ao ministro Raul Jungmann. Governadores elaboraram a “Carta de Teresina”
Da editoria de Política do JC / Foto: Governo de Piauí/Divulgação
Governadores do Nordeste irão cobrar do governo federal a implementação de ações de segurança voltadas para a Região. Nessa terça (7), os gestores estiveram reunidos no Piauí, onde foi redigida a “Carta de Teresina”, que será encaminhada ao ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, e foi assinado um acordo de cooperação entre os Estados para a implementação de estratégias de segurança integradas.
A Carta de Teresina sugere a criação do Centro Regional de Inteligência da Polícia Federal no Ceará, a criação de um Fundo Nacional de Segurança Pública, com recursos das loterias da Caixa, uma integração do Sistema de Comunicação das polícias e dos Estados, a implementação de operação de enfrentamento do crime divisas estaduais e um mutirão para julgamento de presos provisórios (leia todos os itens na arte ao lado).
No encontro, o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), falou por aproximadamente dez minutos. O socialista criticou a falta de investimento federal em políticas de prevenção da violência. “Não podemos aceitar o desmonte do nosso sistema de assistência social, pois são as políticas de prevenção que vão assegurar os resultados no enfrentamento da violência e da criminalidade”, disse o governador.
Paulo Câmara também criticou a falta planejamento para as ações de segurança pública no País, afirmando que reunião do presidente Michel Temer (MDB) e o ministro Raul Jungmann com os governadores, na semana passada, “foi uma discussão muito preliminar e inicial, restrita a uma linha de crédito”. Na ocasião, o governo federal anunciou R$ 42 bilhões para a área. “Só investimento não dá sustentabilidade para o futuro, precisa de planejamento e isso não foi tratado”, acrescentou o governador.
PARCERIAS
O pernambucano também citou a falta de investimentos na Polícia Rodoviária Federal e uma maior integração dos municípios no combate à violência, através de ações como melhoramento da iluminação pública, ações da guarda municipal e ações sociais. Paulo Câmara cobrou, também, a participação de segmentos privados, como a Federação Brasileiras de Bancos (Febraban), principalmente na explosão de caixas eletrônicos. “Poderia haver um dispositivo que que exploda o dinheiro também. O bandido só rouba o caixa eletrônico porque sabe que vai levar o dinheiro que está ali”, disse o governador.
“Tem que ter ações de médio, curto e longo prazo e só está vendo ações de curto prazo”, pontuou o pernambucano.