Para a revista, “a economia do Brasil está em uma bagunça, com problemas muito maiores do que o governo admite.
Por Roberto Gonçalves
As publicações estrangeirais, tradicionalmente, mantêm a visão crítica e pessimista do país. Não foi diferente na edição da revista americana The Economist, que voltou a dedicar sua capa para o Brasil. Na edição que chega às bancas nesta quinta-feira, uma passista de escola de samba ilustra a capa e aparece num pântano, coberta de gosma verde com o título “O atoleiro do Brasil”.
A publicação diz no editoral – página de apresentação que, por vezes, contém a opinião do veículo de comunicação sobre um determinado tema – que a antiga estrela da América Latina, leia-se Brasil, “está na maior bagunça desde o começo dos anos 1990”. A capa, além do Brasil, dá destaque aos avanços dos telefones celulares no mundo.
Ao falar de política, a Economist diz que, durante a campanha, a presidente reeleita Dilma Rousseff (PT) “pintou um quadro rosa” sobre o Brasil e a “campanha teve o discurso de que conquistas como o emprego, aumento da renda e benefícios sociais seriam ameaçados pela ”oposição neoliberal”. A publicação defende que, após dois meses de novo mandato, os brasileiros estão percebendo que foi vendida uma “falsa promessa”.
Para a revista, “a economia do Brasil está em uma bagunça, com problemas muito maiores do que o governo admite ou investidores parecem perceber”. Além da ameaça de recessão e da alta inflação, a revista cita como grandes problemas o fraco investimento, o escândalo de corrupção na Petrobras e a desvalorização cambial que aumenta a dívida externa em real das empresas brasileiras.