Juiz federal afirma que inquérito mãe ainda centraliza demandas
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O juiz federal Sérgio Moro determinou que a Polícia Federal não arquive o inquérito que originou a Operação Lava Jato, em Curitiba (PR), que deve completar, em 14 de março, quatro anos da deflagração de sua 1ª fase, que focava na atuação do doleiro Alberto Youssef na lavagem de R$ 1,4 milhão do ex-deputado federal José Janene (PP-PR) – morto em 2010 – no Posto Torre, em Brasília.
O procedimento de investigação inicial do escândalo da Petrobras foi encerrado em maio do ano passado, por decisão do delegado Igor Romário de Paula, dois meses antes da dissolução do Grupo de Trabalho de policiais que atuava exclusivamente na força-tarefa. Na ocasião, policiais e procuradores da Lava jato denunciaram que o governo de Michel Temer estaria fazendo o “desmonte” da equipe que iniciou as investigações, em Curitiba.
“A autoridade policial requer o arquivamento do presente inquérito, eis que, ‘no que se refere às providências de investigação a cargo da Polícia Federal, não existem mais demandas a serem solucionadas nestes autos’. […] Em que pese não haja mais diligências investigativas a serem realizadas neste inquérito, o fato é que veicula ele inúmeras demandas de forma centralizada, não sendo oportuno, no momento o seu arquivamento, por uma mera questão pragmática”, escreveu o juiz Sérgio Moro, em despacho de 27 de setembro de 2017.
O juiz Moro defende que, mesmo sem diligências mais vinculadas ao inquérito, “inúmeras demandas” estão centralizadas nele, não sendo oportuno seu encerramento.
Em 8 de novembro de 2013, o delegado Márcio Adriano Anselmo abriu o inquérito policial 1041/2013 que deu origem à Lava jato e à prisão do doleiro Alberto Youssef e do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, em 2014.
Em Julho do ano passado, a PF de Curitiba informou oficialmente que os quatro delegados que ainda restaram no grupo de trabalho da Lava Jato passaram a integrar a Delegacia de Combate à Corrupção e Desvio de Verbas Públicas (Delecor). Em suma, os delegados deixaram de trabalhar exclusivamente no caso Petrobrás.