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BNDES quer liberar até R$ 3 bilhões para Pernambuco

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Em 2017 instituição liberou R$ 1,5 bilhões. Quer chegar a R$ 3 bilhões em 2018, diz presidente Paulo Rabello de Castro

JC Online / Foto: Rodrigo Veríssimo / Divulgação

Com o objetivo de aumentar o desembolso do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em 50% em nível nacional e dobrar a concessão de crédito em Pernambuco em 100% em 2018, o presidente da instituição, Paulo Rabello de Castro, disse ontem no Recife que vai ampliar, já no início do ano, o número de suas regionais, passando de três para oito escritórios pelo País. O plano é incentivar o sistema da Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE), que reúne os bancos de fomento, inclusive com a participação da Sudene, no caso do Nordeste.

“Vamos nos encontrar com a Sudene para reformular e criar um plano de desenvolvimento mais concatenado para Pernambuco e Região. Temos que ser pró-ativos”, assegurou Rabello de Castro em palestra para cerca de 30 empresários no evento Encontro Análise, organizado pelo Lide Pernambuco, no Mar Hotel, em Boa Viagem.
Aos jornalistas, após a palestra, o presidente do BNDES reafirmou que o banco fez um desembolso de R$ 1,5 bilhão a projetos no Estado durante 2017. “Eu dei a incumbência ao chefe do departamento regional de arrumar R$ 3 bilhões até o final de 2018. Ou seja, 100% de crescimento. Acho que é um número bom.” No Brasil, o BNDES liberou cerca de de R$ 70 bilhões no ano.

O presidente do BNDES comentou que o banco faz parte do sistema nacional de fomento reunido na ABDE e que, de forma conjunta, tentará retomar a concessão de crédito para produção. “É importante para retomada. É importante conversar com a Sudene, que tem uma ampla história de sucesso de desenvolvimento econômico desde o anos 60. Reformulada, a entidade pode nos ajudar no delineamento de agenda de infraestrutura e indústria. A Sudene, nisso, tem importância para aportar seu olhar sobre o Nordeste.”

GRADUAL

Para Rabello de Castro, o montante liberado pelo banco este ano foi pouco, tanto para o Brasil quanto para o Estado. “Não andamos em 2017”, afirmou. Ele lembrou do grande volume de R$ 13 bilhões que foi liberado pelo BNDES em 2009 para a obra da Refinaria Abreu e Lima, salientando que nos anos seguintes a média de desembolsos ficou entre R$ 4 e R$ 5 bilhões.
“Esta é uma faixa interessante, não é exagerada para o tamanho de Pernambuco. Mas a de 2017 eu chamo de uma faixa fraca. Temos interesse em corrigir isso nos próximos anos”, comentou. Com a reconfiguração das representações regionais do banco, o escritório do Recife, que hoje atende a todos os nove estados do Nordeste, passaria a focar apenas em projetos localizados no Estado.

Com um discurso otimista focado na recuperação gradual da economia e sem negar aos jornalistas a sua intenção de se lançar candidato a presidente no ano que vem, Rabello de Castro salientou que a recessão da economia iniciada em 2014 reduziu a oferta de crédito para o setor produtivo, com o desempenho chegando ao fundo do poço em 2017. Ele lembrou que há escassez no crédito para as empresas e diz que essa conta caiu de 28,5% em proporção ao PIB no ano de 2015, para 21,9% este ano.

Para mudar esse quadro, pelo menos em relação ao BNDES, o presidente da instituição falou que também pretende focar a concessão de financiamentos para máquinas e equipamentos destinados a pequenas e médias empresas já a partir de 2018, com linhas de crédito que poderão ser contratadas diretamente pela internet. Esse programa está previsto para ser lançado até abril. Para reduzir as taxas do banco, a ideia também é lançar os programas sem a participação de intermediários financeiros, com o banco assumindo o risco desse crédito e securitizando sua carteira de recebíveis.

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