Está claro que Gilmar Mendes e seus parceiros comandam uma ofensiva selvagem contra a Operação Lava Jato
Por Augusto Nuenes – Jovem Pan / Foto: reprodução
Na segunda-feira (18), Gilmar Mendes mandou soltar Adriana Ancelmo, primeira-dama da organização criminosa chefiada pelo maridão Sérgio Cabral.
Na terça (19), o ministro da defesa de culpados socorreu o quadrilhão do PMDB com a transferência de processos para Brasília. Assim, Gilmar livrou da honradez de Sergio Moro os delinquentes Geddel Vieira Lima, Eduardo Cunha, Henrique Alves e Rocha Loures.
Na mesma terça-feira, Gilmar resolveu algemar a condução coercitiva. Até que o plenário do STF se anime a ressuscitar a sensatez assassinada, o MP, a Justiça e a PF não poderão mais usar o recurso que lhes permitia surpreender o meliante às 6h da manhã, confrontá-los com montanha de bandalheiras e vê-los enredar-se em contradições e mentiras.
Ainda na terça, o libertador de gatunos mandou para casa empresários envolvidos no esquema criminoso de Cabral.
Ontem, quarta-feira (20), Gilmar superou-se. No escurinho da noite, aproveitou o começo do recesso judiciário para presentear com habeas corpus o ex-governador Anthony Garotinho. “Mas o que tem o ministro do Supremo a ver com este caso?”, perguntaram-se milhões de brasileiros estarrecidos.
É que Gilmar ainda é presidente do Tribunal Superior Eleitoral e, pior, está de plantão por causa do recesso. Assim, ele pôde decidir monocraticamente pendência que estava nas mãos de Jorge Mussi. O ex-ministro Antonio Carlos Rodrigues, presidente do PR preso em desdobramento, também vai passar o Natal em casa por decisão de Gilmar com fundamentos usados pelo ministro José Dias Toffoli para libertar o genro de Rodrigues, Fabiano Rosas
Está claro que Gilmar e seus parceiros comandam uma ofensiva selvagem contra a Operação Lava Jato.
Só uma mobilização dos brasileiros decentes, fartos da corrupção impune, poderá deter a tropa togada.
Os tapas na cara do Brasil passaram da conta. Ou o povo mostra nas ruas que apoia a Lava Jato, ou os bandidos seguirão no controle do Executivo, Legislativo e Judiciário.