Alfredo Gaspar de Mendonça avisa: ‘Acabou-se o tempo de tirar dinheiro do povo’
Diário do Poder / Foto: reprodução
A prisão em flagrante do prefeito de Campo Grande-AL, Arnaldo Higino Lessa (PRB), nesta sexta-feira (24), foi um recado claro aos corruptos de que acabou-se o tempo de tirar dinheiro público do povo. A afirmação foi feita pelo procurador-geral de Justiça, Alfredo Gaspar de Mendonça, que comandou a operação em que promotores do Ministério Público de Alagoas prenderam o prefeito, quando um empresário delator lhe entregava R$ 11,8 mil pagos por uma nota fria adquirida pelo prefeito ao custo de 10% do valor da “transação”.
Depois de revelar que o esquema investigado há apenas um mês teria causado prejuízo de pelo menos R$ 500 mil, o chefe do MP de Alagoas ressaltou que a prisão foi um desdobramento de uma atuação do órgão ministerial contra a corrupção em uma amplitude bem maior. E lembrou que o MP agiu em mais de 12 municípios alagoanos, pedindo diversas prisões e medidas cautelares em desfavor de agentes públicos, não apenas gestores municipais.
“Isso serve de um recado do Ministério Público bem claro: ‘Não é mais tempo de tirar o dinheiro do povo. O dinheiro público é para ser aplicado corretamente em serviço público’”, disse Alfredo Gaspar, em entrevista coletiva, ao chegar ao Instituto Médico Legal, conduzindo Arnaldo Higino preso.
Prefeito foi filmado por empresário recebendo pagamento por nota fria. Assista:
O próprio empresário que delatou o esquema filmou a entrega d e R$ 11.871,00 a Arnaldo Higino, que foi preso em flagrante, depois de conferir os valores, em sua residência.
Alfredo Gaspar de Mendonça Neto comandou a operação com o apoio do Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc) e do Grupo de Atuação Especial de Combate à Sonegação Fiscal (Gaesf) do Ministério Público de Alagoas (MP/AL).
“[O prefeito] estava sendo contumaz em adquirir nota fria em troca de um percentual [de 10%] a empresários. Essa pessoa [o empresário] se tornou um colaborador e o Ministério Público. E nós já encaminhamos esse termo de colaboração ao Tribunal de Justiça, para homologação. O prefeito está sendo enquadrado, em um primeiro momento, por corrupção passiva, depois haverá ainda uma segunda denúncia de fatos paralelos a esse. E já temos prova material de outros delitos cometidos contra a administração, por esse gestor”, declarou o chefe do MP, Alfredo Gaspar de Mendonça.
Segundo a assessoria do MP, o advogado de defesa do prefeito, Milton Gonçalves Ferreira Netto, declarou que não daria declarações à imprensa. Após prestar depoimento na sede do MP de Alagoas, Arnaldo Higino foi levado para a cadeia, no presídio Baldomero Cavalcante, como antecipou o procurador-geral, em entrevista.