Terror vivido no Piauí com o rompimento da Barragem de Algodões, em 2009, parece não ser uma realidade distante oito anos depois.
Cidades na Net / Foto: reprodução
O terror vivido no Piauí com o rompimento da Barragem de Algodões, em 2009, parece não ser uma realidade distante oito anos depois. Um relatório divulgado esta semana pela Agência Nacional de Águas (ANA) revelou que 31 barragens no estado foram classificadas na Categoria de Risco (CRI) alto, ou seja, apresentam problemas na estrutura que aumentam a probabilidade de rompimento.
Na lista estão as barragens de Piaus, em São Julião; Bezerro, em José de Freitas e Caldeirão, em Piripiri. Ao todo, 35 reservatórios foram inspecionados pela Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado (Semar) em 2016 e 33 apresentaram algum tipo de risco.
Além do CRI alto, determinadas barragens também foram classificadas com Dano Potencial Elevado (DPA) alto. Essa análise considera que, caso haja algum acidente, são maiores as chances de perda de vida humana e de grande impacto econômico, social ou ambiental. É o caso de barragens situadas acima de um local povoado ou próximas de áreas agrícolas.
De acordo com o relatório (confira aqui), foram identificadas 24 barragens que possuem tanto a Categoria de Risco (CRI) quanto o Dano Potencial Associado (DPA) altos, exigindo prioridade nas ações de acompanhamento, fiscalização e recuperação. Isso porque a Categoria de Risco alto significa maior número de ameaças à segurança da barragem e, por sua vez, o Dano Potencial Associado alto indica que, em caso de um acidente, as consequências seriam graves.
O Portal O DIA entrou em contato com a Semar através da assessoria de imprensa, mas devido ao ponto facultativo decretado nesta sexta-feira (13), não localizou técnicos para falarem sobre o assunto.
A assessoria de comunicação da ANA destacou que a Categoria de Risco alto também está relacionada à falta de documentações importantes, como o plano de contingência em caso de emergência. Em alguns casos, a estrutura da barragem está preservada, mas faltam documentos obrigatórios.
Verba para o Piauí
O Piauí foi o primeiro estado a aderir à segunda etapa do Pró-gestão, um programa da Agência Nacional de Águas que estimula os governos a terem plano de gestão de recursos hídricos. A informação foi publicada hoje no Diário Oficial da União.
Segundo a assessoria da ANA, o Piauí receberá até R$ 5 milhões. O contrato segue até 2002 e o repasse é feito mediante o cumprimento das metas de gestão. Na primeira etapa, os estados receberam mais de R$ 3 milhões para investir nos recursos hídricos.