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Vereador afirma que o PMDB de Pernambuco foi vítima de “estupro”

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Para o vereador recifense Jayme Asfora, o PMDB foi vítima de “estupro” e o “estuprador” foi o senador FBC

Inaldo Sampaio – Coluna Fogo Cruzado – 8 de setembro

Para o vereador recifense Jayme Asfora, o PMDB (partido a que pertence) foi vítima de “estupro” e o “estuprador” foi o senador Fernando Bezerra Coelho, que se filiou anteontem ao partido pelo diretório nacional e sem qualquer acerto prévio com o vice-governador Raul Henry e o deputado Jarbas Vasconcelos, que são os seus principais líderes em Pernambuco. O projeto do senador é lançar um candidato peemedebista ao governo estadual em 2018, para forçar o 2º turno, a fim de ficar mais fácil a imposição de uma derrota ao governador Paulo Câmara, que concorrerá à reeleição. Como o PMDB-PE tem diretório constituído, e não comissão provisória, Jayme Asfora admite recorrer à Justiça para que o controle do partido permaneça com Jarbas. No entanto, esta tese não conta com a simpatia nem do deputado, que não só vai se encontrar com o senador, na próxima semana, para acertarem as bases da convivência na legenda, como o recebeu com esses elogios: “Fernando Bezerra Coelho tem estatura política, é um senador que engrandece o Estado pela sua afirmação, desenvoltura, capacidade e competência”. Como se nota, esse registro de Jarbas não combina com “estupro” e muito menos com “judicialização”.

Reaproximação com Jarbas

Logo que chegou ao Planalto, em abril de 2016, após o impeachment de Dilma, Temer reaproximou-se de Jarbas (PMDB), de quem havia se distanciado devido à oposição dura que o deputado pernambucano fazia ao PT. Temer chegou inclusive a consultá-lo sobre o que deveria fazer pelo Nordeste, como presidente da República. E Jarbas deu-lhe algumas sugestões.

Sinal verde – Jarbas, mesmo sendo amigo de Temer, votou a favor de que ele fosse investigado por corrupção passiva, conforme solicitação feita por Rodrigo Janot à Câmara Federal. Temer ficou chateado com o voto dele e deu “sinal verde” a Romero Jucá para tomar-lhe o PMDB.

Divisão – Com a chegada do “grupo Coelho” ao PMDB, o partido passa a ter em Pernambuco duas correntes antagônicas: a do senador Fernando Bezerra e a de Jarbas Vasconcelos. FBC quer levado o partido para a oposição, e Jarbas está fechado com a reeleição de Paulo Câmara.

Incômodo – Os deputados que são liderados de Jarbas (Kaio Maniçoba, Tony Gel, Ricardo Costa e Gustavo Negromente) ficaram no “mato sem cachorro” com a entrega do PMDB a Fernando Bezerra. Agora, ou seguirão as ordens do senador ou não terão legenda em 2018 para concorrer à reeleição.

Devaneio – O sonho de Romero Jucá, presidente nacional do PMDB, é formar uma chapa em Pernambuco com Fernando Bezerra na cabeça (governador) e Armando Monteiro (PTB) e Bruno Araújo (PSDB) nas duas vagas do Senado. Só que Armando está em campanha para o governo estadual desde 2015 e certamente não se interessará por essa composição.

Hegemonia – Jarbas comandou o PMDB pernambucano com mão de ferro desde 1990, quando Miguel Arraes deixou o partido para se filiar ao PSB. Só no cargo de presidente, avalizado por ele, o advogado Dorany Sampaio ficou 25 anos. É por isso que a história do PMDB se confunde com a de Jarbas, e vice-versa, motivo pelo qual ele não admite trocar de partido.

Só Miguel – Por enquanto, apenas um prefeito do PSB vai deixar o partido, em direção ao PMDB, por solidariedade ao senador Fernando Bezerra Coelho: seu filho, Miguel, prefeito de Petrolina. Se existem outros com essa mesma intenção, ainda não se sabe.

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