Em pronunciamento, ex-presidenta pediu apoio para eleger Lula e criticou Michel Temer
JC Online / Foto: Ricardo Stuckert/ Fotos Públicas
Em sua primeira incursão ao lado do ex-presidente Lula na caravana que o petista tem feito pelo Nordeste, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) se converteu, na última sexta-feira (25), no principal cabo eleitoral do antecessor, já que ele é impedido pela legislação de fazer campanha antecipada. “Vamos, com toda a nossa determinação, eleger o nosso grande presidente Lula. Ele é a pessoa que representará novamente um Brasil de cabeça erguida”, pediu a petista, de manhã, aos militantes que acompanhavam o ato da caravana petista em Ipojuca.
À noite, no Recife, o tom do discurso foi o mesmo. Além de defender o retorno de Lula à Presidência, Dilma voltou a acusar de golpistas aqueles que foram favoráveis à sua saída do Palácio do Planalto. Ressaltando programas sociais criados nos governos do PT, como o ProUni e o Mais Médicos, a ex-presidente disse que “o impeachment é um golpe para tirar todos os direitos que os trabalhadores e trabalhadoras do Brasil conquistaram nos últimos anos a partir do governo do presidente Lula”.
Em ambos os atos, com uma fala em tom de perseguição política, Dilma disse haver uma tentativa de impedir que o PT vença a próxima eleição. “Tentarão impedir que nós ganhemos a eleição outra vez com o presidente Lula”, acusou, numa referência à condenação de Lula pelo juiz federal Sérgio Moro.
Às vésperas de completar um ano do impeachment – na próxima quinta-feira, 31 –, Dilma adotou um discurso virulento contra a gestão do presidente Michel Temer, chamado repetidas vezes de golpista. “É um governo que não tem o menor compromisso com o povo brasileiro. Tem compromisso com os ricos”, disparou.
No ataque a Temer, Dilma centrou fogo nos projetos de terceirização e, principalmente, na venda de ações da Eletrobras. Ex-ministra de Minas e Energia, Dilma coordenou de perto o setor elétrico durante os governos do PT. A petista foi responsável por medidas que deixaram em crise as empresas de produção e distribuição de energia ao pressionar o barateamento da conta de energia às vésperas da campanha pela reeleição, em 2014.
“Depois desse processo de privatizar a Eletrobras, vão querer privatizar as joias da coroa, que são Furnas, a Chesf e a Eletronorte. E é o mesmo processo que está acontecendo com a Petrobras. Não tenhamos dúvidas que esse é o governo que quer vender terra para estrangeiro”, disse.
TROPEÇO
Conhecida por colecionar discursos confusos, principalmente na época em que era presidente, a petista cometeu mais um deslize no Pátio do Carmo. Ao se referir a uma frase da estudante negra Bruna Sena, que passou em primeiro lugar no vestibular de medicina da Universidade de São Paulo (USP) este ano, Dilma se atrapalhou e acabou invertendo a ordem da frase, corrigindo-a logo em seguida. “Como disse uma médica negra ao se formar, a senzala surta… A senzala… Desculpa. A casa grande surta quando a senzala vira médica”.