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Líderes da oposição na Venezuela voltam a ser presos; PT diz que apoia ditadura sulamericana

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Leopoldo Lopes que foi solto em julho, foi levado só de cueca da sua casa para a prisão. O PT anunciou na semana passada que apoia a ditadura de Nicolas Maduro.

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS / Folha de SP / Foto: reprodução

Os dois presos mais emblemáticos da oposição venezuelana, Leopoldo López e Antonio Ledezma, que estavam em prisão domiciliar, foram detidos na madrugada desta terça-feira (1º) após seus apelos contra a Assembleia Constituinte do presidente Nicolás Maduro, que será instalada na quarta-feira para escrever uma nova Carta para o país.

“Acabam de levar Leopoldo de casa. Não sabemos onde está nem para onde o levam”, denunciou no Twitter a esposa de López, Lilian Tintori.

Os filhos de Ledezma, ex-prefeito de Caracas, Víctor, Vanessa e Antonietta, também informaram no Twitter que o Sebin levou seu pai.

As famílias indicaram que não sabem para qual prisão os dois foram levados e afirmaram que o presidente Nicolás Maduro é responsável pela vida de ambos.

O Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela disse que revogou a prisão domiciliar e os mandou de volta para uma penitenciária porque ambos planejavam fugir.

Os advogados de López e Ledezma negam que os líderes tinham a intenção de escapar.

“Essa possibilidade é absolutamente inexistente”, disse o advogado de López, Juan Carlos Gutiérrez, que acrescentou que pelo menos seis agentes do Sebin com armamentos pesados participaram da operação.

As residências de López e Ledezma ficam na zona leste de Caracas, principal cenário dos protestos dos últimos quatro meses contra Maduro que deixaram mais de 120 morto.

Tintori divulgou um vídeo da câmera de segurança da casa da família, que mostra quatro agentes e três homens com trajes civis no momento em que colocam López em uma viatura com identificação do Sebin e o levam, escoltado por outros veículos.

Líderes opositores e a imprensa divulgaram imagens gravadas com um telefone celular do momento em que Ledezma foi retirado, de pijama, com violência de sua casa. “Auxílio”, gritou o ex-prefeito. Depois é possível ouvir os gritos com pedidos de ajuda dos vizinhos.

López, de 46 anos, estava em prisão domiciliar desde 8 de julho, depois de passar três anos e cinco meses na prisão militar de Ramo Verde, nas proximidades de Caracas, onde cumpria uma pena de quase 14 anos, condenado pela acusação de instigar a violência nos protestos de 2014 contra Maduro, que deixaram 43 mortos.

Apoio do PT a ditadura

A presidente da sigla, senadora Gleisi Hoffmann (PR), manifesta apoio incondicional à Constituinte. A senadora faz defesa irrestrita da Assembleia. Ao abrir o 23º encontro do Foro de São Paulo, dia 16 na Nicarágua, a presidente do PT manifestou, em nome do partido, “apoio e solidariedade ao governo do PSUV [Partido Socialista Unido da Venezuela], seus aliados e ao presidente Maduro frente à violenta ofensiva da direita”.

“Condenamos o recente ataque terrorista contra a Corte Suprema”, discursou ela, aludindo a um helicóptero que sobrevoou o prédio do Supremo em 27 de junho de forma suspeita. “Temos expectativa de que a Assembleia Constituinte possa contribuir para uma consolidação cada vez maior da Revolução Bolivariana e que as divergências políticas se resolvam de forma pacífica.”

Na semana passada Gleisi reafirmou o aval do partido à convocação da assembleia. A presidente do PT compara a atuação da oposição venezuelana à brasileira, que levou ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

“A oposição a Maduro quer chegar ao poder como [o presidente Michel] Temer. Parece que as coisas lá [na Venezuela] são diferentes.”

Gleisi apoia mesmo o critério estabelecido para a eleição da Assembleia Constituinte, em que um terço dos integrantes serão escolhidos segundo cotas setoriais. “É preciso voto, por setor ou não”, afirma Gleisi.

Para a senadora, não há contradição no fato de o PT reivindicar eleições diretas no Brasil e endossar a Assembleia Constituinte na Venezuela. “Gostando-se ou não de Maduro, ele tem legitimidade, foi eleito em urna, o que não é o caso de quem hoje governa o Brasil”, disse.

“Lá [na Venezuela] quem não quer se submeter ao voto popular é quem fala em defender a democracia. Isso é contraditório”, afirma.

Ela lembra ainda que seu partido aprovou a proposta de realização de uma Constituinte para a implementação de reformas no Brasil. “Constituinte também defendemos aqui. Foi deliberação do 6º Congresso do PT [em junho].”

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