Governador de Pernambuco, que é vice-presidente nacional do PSB, no entanto, destaca que não é o momento de falar de eleições
JC Online / Foto: reprodução
Ao comentar a fala do ex-presidente Lula (PT) sobre a volta de uma união entre petistas e o PSB para a eleição presidencial de 2018, o governador Paulo Câmara, que é vice-presidente nacional dos socialistas, deixou claro que nenhuma porta está fechada.
“O PSB quer sempre contribuir e está aberto, sempre esteve muito aberto a muitas oportunidades. Agora, vai precisar de muita conversa, de sentar à mesa, ver qual é a estratégia para 2018, qual é o rumo e qual o caminho que vai querer percorrer”, disse.
Paulo e Lula se encontraram em 2015, em São Paulo, logo após o socialista assumir o Estado. Eles se reuniram em outras ocasiões, como na inauguração de uma fábrica no Estado e no velória de dona Marisa.
“De política, faz tempo que a gente não conversa”, informou o governador.
Paulo Câmara elogiou o ex-presidente e disse que Lula trouxe “muitas obras” a Pernambuco e que tem uma identidade com o Estado, mas evitou dar uma declaração mais contundente sobre eventual retomada da aliança.
“O clima de Brasília está muito confuso, instável e realmente sem definição do que vai ocorrer. Todo dia tem uma notícia nova. O cenário está precoce para se fazer qualquer avaliação, principalmente sobre 2018. A gente tem, agora, que ver saídas para o Brasil e é nisso em que estou focado”, despistou.
A vereadora Marília Arraes (PT), que esteve com Lula há poucos dias e é cotada para ser rival de Paulo em 2018, avaliou a citação do ex-presidente.
“Não dá para analisar essa declaração sem destacar em qual contexto ele deu a entrevista. Ele falou isso para uma rádio na Paraíba e o posicionamento do PSB lá é diferente do posicionamento do PSB daqui. O governador da Paraíba (Ricardo Coutinho) apoiou e apoia Dilma e Lula”, enfatizou.
O QUE DISSE LULA
O ex-presidente Lula afirmou que sonha em construir um bloco de esquerda progressista para disputar as eleições presidenciais em 2018. Em entrevista à Rádio Arapuan, de Campina Grande (PB), ele citou os partidos PT, PSB, PDT e PCdoB para construírem um “programa pragmático” no pleito. Ele também afirmou que o senador Aécio Neves (PSDB) e o presidente Michel Temer (PMDB) estão provando do veneno que produziram.
“Estão colhendo tempestade porque plantaram vento”, declarou.
O petista disse que outros partidos de esquerda e “personalidades dignas” de outros partidos também podem se juntar ao bloco.
“É muito difícil hoje imaginar que você possa fazer a aliança política que foi feita em 2010, mas é muito complicado também imaginar que um partido sozinho tem força para ganhar as eleições”, declarou o ex-presidente.
O petista voltou a repetir que tem interesse em ser candidato a presidente em 2018, mas afirmou que não é certa sua candidatura.
“Primeiro, vamos ver se sou candidato, se o partido vai me lançar candidato, depois é que vamos começar a conversar”. Ele disse que não quer voltar a governar, mas a “cuidar do povo”.
Na expectativa de ter a sentença proferida pelo juiz Sérgio Moro no caso do triplex do Guarujá nos próximos dias, Lula afirmou que já provou sua inocência e pediu provas para embasar uma condenação. Uma eventual condenação, se confirmada em segunda instância, o impediria de disputar as eleições.