Ministro Gilmar Mendes alega não estar impossibilitado de participar de votações envolvendo a JBS, controlada pelo grupo J&F
JC Online / Foto: Elza Fiúza/ Agência Brasil
O Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), que tem como sócio o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes, teria recebido cerca de R$ 2,1 milhões do grupo J&F, que controla a JBS. A quantia teria tido como objetivo o patrocínio de eventos realizados pelo instituto.
O dinheiro teria sido utilizado em cinco eventos, incluindo um congresso em abril, realizado em Portugal. Além dos eventos, a quantia também foi utilizada para dar suporte a projetos sociais e atividades acadêmicas do instituto.
Segundo o jornal Folha de S. Paulo, o instituto afirmou ter devolvido R$ 650 mil no dia 29 de maio, logo após ser divulgada a delação premiada de executivos da empresa. De acordo com a JBS, desde 2015 foram gastos R$ 1,45 milhão, além dos R$ 650 mil.
Por meio da assessoria, Gilmar alegou não ser administrador do IDP e que por isso não teria como se manifestar sobre questões relativas à administração do instituto.
A delação dos executivos da JBS será julgada pelo colegiado que Gilmar Mendes faz parte. O ministro já havia defendido que a ação fosse discutida pelo plenário.
Gilmar e a JBS
De acordo com a Folha de S. Paulo, a família de Gilmar vende gado para o frigorífico em Mato Grosso. No entanto, o ministro afirma que quem comanda os negócios é o irmão e portanto não teria motivos para ser impedido de participar de julgamentos envolvendo a JBS.
Gilmar Mendes se encontrou ainda com o empresário Joesley Batista, quando, segundo o ministro, teriam discutido sobre um julgamento no STF sobre o setor do agronegócio. Segundo Mendes, a reunião aconteceu após o dia 30 de março, quando o Tribunal realizou um julgamento sobre o Funrural.