Segundo Terezinha, a reeleição da presidente Dilma mostrou a influencia disso de forma mais clara.
A deputada Terezinha Nunes (PSDB) disse nesta terça-feira (9), em pronunciamento na Assembleia Legislativa de Pernambuco, que o programa Bolsa Família “virou um poder paralelo no Nordeste, que foge, no caso da eleição presidencial, à influência de governadores e prefeitos, mesmo os mais populares”.
“As pessoas votaram sem se importar com o que recomendaram os líderes políticos locais e, nos municípios com menos de 20 mil habitantes, onde o Bolsa Família chega a pagar por mês de benefício mais que o Fundo de Participação dos Municípios (FPM) – única renda que as Prefeituras possuem – não houve campanha clara nem para Dilma, porque não era necessário, e nem para Aécio, porque os prefeitos tinham receio de se confrontar com as pessoas que juravam que o benefício acabaria se o PSDB vencesse a eleição”.
Segundo a deputada, o PT faz na campanha eleitoral a política do terror dizendo aos beneficiários que só ele garante a bolsa e as pessoas votaram como gado que vai para o matadouro sem olhar nem para o lado, seguindo fielmente a ordem que vem de Brasília.
“Este ano houve uma exceção para confirmar a regra no primeiro turno quando Marina teve 48% dos votos de Pernambuco, superando Dilma, mas o povo votou muito mais em homenagem ao ex-governador Eduardo Campos morto tragicamente. No segundo turno, apesar do empenho do PSB pernambucano, que abraçou e assumiu a campanha de Aécio, o percentual do PT voltou ao nível de outras eleições presidenciais com Dilma recebendo 70% dos votos pernambucanos”.
A deputada defendeu a adoção do Bolsa Família até que a extrema pobreza seja debelada, mas afirmou que só a sua transformação em lei vai convencer as pessoas de que o programa continuará, independente de ameaças de épocas eleitorais.
Terezinha mostrou que mais de 50% dos beneficiários do programa estão no Nordeste, sendo o Maranhão o estado da região que mais depende do benefício, com 57,7% da população, seguido pelo Piauí, 57,4%, Paraíba 53,9%, Alagoas, 53,2%, Sergipe 50,75%, Ceará 49,9%, Pernambuco 49,8%, Bahia 48,9% e Rio Grande do Norte 42,8%.
Os números mostram ainda que o programa investiu no Nordeste R$ 1 bilhão e 238 milhões. No mesmo mês, o FPM, correspondeu a R$ 2 bilhões em 345 milhões, ou seja, 52% do Bolsa Família.
A força do programa em termos econômicos vale tanto para pequenos como grandes municípios.
Dos 14 municípios cujo FPM é inferior ao distribuído mensalmente pelo programa, alguns estão entre os maiores em termos de população, a exemplo do Recife, cujo valor repassado pelo bolsa família chega a 57,7% do Fundo.
Em novembro, por exemplo, o programa distribuiu no Recife R$ 15 milhões, em números redondos; em Jaboatão R$ 9 milhões, em Petrolina, 5 milhões, em Caruaru R$ 4 milhões e em Vitória de Santo Antão R$ 3 milhões.