Exercer a profissão apenas pelo amor aos pacientes, ganhando um mísero salário, poucos querem, só os antigos ainda aceitam.
A crise dos hospitais filantrópicos pelo Brasil também atinge o Hospital Santa Maria, em Araripina. Com 47 anos de fundação, conta com 113 leitos e 120 funcionários.
Atente na urgência e emergência, obstetricia, clínica cirurgica, pediádrica e clínica médica, realizando em média por mês, mais de 3.500 atendimentos. Deste número, mais de 90% são pacientes vindos do SUS.
Nesta segunda-feira (08), um caso lamentavel aconteceu, leia o relato do comeciante e político Ronaldo Lacerda que testemunhou toda a cena:
Ronaldo Lacerda Posso afirmar uma coisa: Quem estava dentro se assuatava e quem estava fora mais ainda. Vi o cidadão agonizando e com movimentos estranhos no peito. Vi a esposa aos prantos. Vi os técnicos em enfermagem apavorados. Vi a multidão se formando. Vi o paciente sendo levado nos braços de terceiros sem qualificação profissional – risco. Vi o princípio de clima para arrombamento da porta. Intermediei a recepção do paciente usando algum conhecimento que tenho na portaria e evitando assim mal maior. Narrei os fatos como eles ocorreram. Inclusive informei que estava editando, conforme desdobramentos. O que eu não falei e é fato foi que tentei convencer a polícia a soltar o moco, narrando para os policiais que a medicação poderia ter perturbado e causado a reação desproporcional, cunhando que todos temiam por uma morte por infarto e danos irremediáveis para o Hospital. O que está escrito é o que aconteceu, narrado em tempo real. Digo: poucas pessoas lutam tanto com as limitações de cidadão comum por esse hospital quanto eu. O faço porque sou testemunha ocular do que de fato ocorre, e porque nasci e cresci naquela rua, vi surgir aos poucos o hospital, vi as primeiras carradas de pedra chegarem para calçar a rua. O faço como araripinense, sem esconder a verdade e sem preservar culpados, nem encontrá-los onde não existe, além do falido SUS. Ou alguém acha que o hospital falha porque as irmãs sentem prazer? Claro que não!
De acordo com a assistente social do hospital, Irmã Fátima, a tabela do SUS está defasada, há 12 anos não sofre reajuste e que é preciso hoje fazer malabarismo para atender a população. Ainda segunda a Irmã Fátima, uma consulta com um especialista, o SUS paga R$ 10,00, o que segundo ela, não dá prá lavar nem um carro.
O hospital Santa Maria pertence as irmãs medianeiras da paz, é filantropico e foi fundado em 1967 pelo então Bispo de Petrolina Dom Antonio Campelo de Aragão.
