Aécio Neves é alvo de uma nova etapa da Operação Lava Jato. Ele foi gravado pedindo R$ 2 milhões ao dono da JBS, Joesley Batista, para pagar despesas com Lava Jato.
Estadão Conteúdo / Foto: Agência Brasil
O Supremo Tribunal Federal afastou o senador Aécio Neves (PSDB) e o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB) de seus cargos no Congresso Nacional após pedido da Procuradoria-geral da República com base na delação de Joesley Batista e pessoas ligadas ao grupo J&F. Aécio foi gravado solicitando R$ 2 milhões ao empresário e Rocha Loures foi filmado pela Polícia Federal recebendo valores do empresário. A Procuradoria Geral da República pediu a prisão de Aécio.
Leia Também
- Aécio teria sido gravado pedindo R$ 2 milhões para dono da JBS, diz Jornal O Globo
- Lula posta foto de Temer e Aécio ao lado de Moro
- Mario Covas Neto pede que Aécio deixe presidência nacional do PSDB
- Aécio Neves é alvo de nova etapa da Lava Jato
- Irmã de Aécio Neves é alvo de mandado de prisão
- Agentes da PF estão em imóveis de Aécio Neves no Rio e em BH
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) é alvo de uma operação nesta quinta-feira (18), no Rio de Janeiro. A Polícia Federal está cumprindo mandados de busca e apreensão contra o presidente nacional do PSDB em imóveis no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte.
A irmã de Aécio, Andrea Neves, é alvo de um mandado de prisão em uma operação da Polícia Federal que acontece nesta quinta-feira (18). De acordo com o Estado de S. Paulo, Andrea ainda não foi localizada. A Polícia Federal acionará a Interpol, pois tem a informação de que ela estaria em Londres.
Até o momento, os investigadores confirmaram a prisão de outras duas pessoas, um procurador da República, que trabalha no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e o advogado Willer Tomaz, supostamente ligado a Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Agentes da Polícia Federal estão em imóveis do senador e presidente do PSDB, Aécio Neves (MG), no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte, na manhã desta quinta-feira, 18.
A operação ocorre um dia após o jornal O Globo divulgar que Aécio teria sido gravado pedindo uma quantia de R$ 2 milhões ao dono da JBS, Joesley Batista, para pagar despesas com sua defesa na Lava Jato. A gravação teria sido realizada pelo próprio empresário e entregue à Procuradoria-Geral da República (PGR).
Na conversa gravada, Joesley e Aécio negociam de que forma seria feita a entrega do dinheiro. O empresário teria dito que se o senador recebesse pessoalmente o dinheiro, ele mesmo, Joesley, faria a entrega. E, se Aécio mandasse um preposto, o empresário faria o mesmo. Foi quando o senador disse a seguinte frase: “Tem que ser um que a gente mata ele antes de fazer delação. Vai ser o Fred com um cara seu. Vamos combinar o Fred com um cara seu porque ele sai de lá e vai no cara. E você vai me dar uma ajuda do c***.”.
O “Fred” citado no diálogo é Frederico Pacheco de Medeiros, primo de Aécio, ex-diretor da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e um dos coordenadores da campanha do tucano à Presidência em 2014. O responsável pela entrega teria sido o diretor de Relações Institucionais da JBS, Ricardo Saud, de acordo com a reportagem do jornal.
Rocha Loures, por sua vez, teria sido filmado pela Polícia Federal recebendo cerca de R$ 500 mil em propina.
Também na matéria do jornal O Globo, o colunista Lauro Jardim informou que Joesley Batista, dono da JBS – a maior produtora de proteína animal do mundo -, teria gravado uma conversa com Michel Temer (PMDB) onde o presidente o autoriza a comprar o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha. Minutos depois, a oposição protocolou um pedido de impeachment na Câmara.
Segundo Jardim, na gravação, Temer indica o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB) para resolver um assunto da J&F, uma holding que controla a JBS. Depois disso, o deputado foi filmado recebendo R$ 500 mil encaminhados por Joesley.