Caso está sendo investigado pelo Supremo. Ministro nega envolvimento
BRASÍLIA – As investigações da Operação “Terra Prometida”, sobre grilagem de terras destinadas à reforma agrária em Mato Grosso, podem complicar a situação do ministro da Agricultura, Neri Geller. Testemunhas ouvidas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal apontam o envolvimento do ministro com a apropriação de lotes que, pelo programa do governo federal, seriam destinados a agricultores sem-terra. Trechos sobre os supostos vínculos do ministro com os desvios do programa já foram enviados ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Geller foi citado várias vezes ao longo da investigação. A suspeita é que ele tenha favorecido a negociação ilegal de lotes e até se tornado proprietário de um deles. O programa do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) prevê a distribuição de 1.149 lotes de 100 hectares. Hoje cada um desses lotes está avaliado pelo mercado local em R$ 1 milhão. Dois irmão do ministro, Odair e Milton Geller, se entregaram ontem à PF após terem a prisão decretada.
Ao todo, a Justiça Federal decretou a prisão de 52 fazendeiros, empresários e servidores públicos acusados de se apropriar de forma ilegal de lotes da reforma agrária nas imediações de Itanhangá (MT). Trata-se do segundo maior assentamento da reforma agrária da América Latina.