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Delação reforça tese do Lula candidato “da política”

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Com o lodaçal lançado sobre diversas siglas, há um trabalho para atrair desde já legendas de centro para a órbita do petista.

Daniela Lima – Folha de S.Paulo / Foto: reprodução

A delação da Odebrecht fez irradiar para além da esquerda a tese de que a candidatura do ex-presidente Lula em 2018 é vital para evitar o extermínio da política. Com o lodaçal lançado sobre diversas siglas, há um trabalho para atrair desde já legendas de centro para a órbita do petista — a começar por caciques do PMDB, que teriam “senso de sobrevivência”. Tudo sob a premissa de que só Lula teria a couraça grossa o suficiente para travar uma batalha campal contra a Lava Jato.

A articulação está fora da alçada do PT. Para o governador Flávio Dino (PC do B-MA), a “dinâmica que se desenha é de embate entre o ‘Partido da Lava Jato’ e o Lulismo”. “Há até uma data de lançamento desse confronto: 3 de maio, em Curitiba”, diz. Este é o dia em que Lula irá depor a Sérgio Moro.

Aliados do petista querem marcar presença no dia do encontro entre Lula e Moro. Só do Paraná, são esperados 15 mil militantes. Há ainda caravana organizada pela Frente Brasil Popular, que contabiliza quatro ônibus saindo de Brasília e dez do Acre.

O PT, porém, espera clima de tensão. Dirigentes da sigla acreditam que, assim como haverá claque pró-Lula, muita gente vai se mobilizar para hostilizar o petista e defender a Lava Jato.

Muitos fatores podem alterar a rota pró-Lula. Espera-se que ele sofra uma condenação até junho. Depois disso, haverá gritaria para evitar veredito colegiado, que o tornaria inelegível.

Lulistas também torcem para que Michel Temer banque a ideia de nomear alguém “menos bélico” para a vaga do procurador-geral Rodrigo Janot, em setembro.

 

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