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Redução de vazão de Sobradinho já limita negócios no Vale

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Empresas localizadas abaixo do reservatório precisam da água do São Francisco para as suas atividades.

Por Carlos Britto / Foto: reprodução

A redução da vazão do Lago de Sobradinho, na Bahia, já está se tornando um limitador do crescimento de algumas empresas localizadas abaixo do reservatório que precisam da água do São Francisco para as suas atividades, como as situadas em Santa Maria da Boa Vista e Lagoa Grande, no Sertão.

“Deixei de fechar um contrato de um plantio de mandioca pela insegurança na captação da água”, diz o empresário e presidente da Associação dos Produtores do Vale do São Francisco (Valexport), José Gualberto.

Desde a última quarta-feira, 22, a vazão de Sobradinho passou a ser de 650 metros cúbicos por segundo, a mais baixa da história. E não vai parar por aí. A Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) está analisando a possibilidade de reduzir a vazão a 600 metros cúbicos por segundo.

O contrato que Gualberto deixou de fechar era para plantar mandioca numa parte da sua propriedade. “Teremos que fazer uma obra de engenharia para continuar captando a água com a vazão reduzida que começou na semana passada”, resumiu o empresário. Segundo ele, essa adaptação para captar a água num nível mais baixo poderá custar até R$ 1 milhão.

Gualberto é diretor da Fazenda Milano, uma das pioneiras no Vale do São Francisco em Santa Maria da Boa Vista, sertão do São Francisco. Atualmente, a empresa cultiva mil hectares irrigados. “Estou há quase 50 anos na região. Não me lembro de outra estiagem igual a essa. Estamos indo para o 6º ano de chuvas insuficientes”, conta.

Redução

A diminuição da vazão de Sobradinho está sendo analisada pela Chesf porque o lago estava com 15,22% do seu volume útil na última quinta-feira, 23. Há um ano, era 32,80%. “Este ano, as chuvas foram mais fracas. Estamos monitorando e, se tudo tiver normal, a vazão deve ficar em 600 metros cúbicos por segundo. O objetivo é garantir a segurança hídrica dos demais usuários do São Francisco”, conta o diretor de Operação da Chesf, João Henrique Franklin.

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