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Pernambuco divulga Plano de Enfrentamento das Arboviroses 2025/2026

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Foto: reprodução

O cenário de elevadas notificações de casos suspeitos de dengue em regiões como Sul, Sudeste e Centro Oeste, acendeu o alerta das áreas de vigilância ambiental, epidemiológica e laboratorial de Pernambuco, em 2024. No Estado, seguindo a tendência das outras regiões, foram identificados aumentos de casos prováveis para doença entre os meses de março e julho, porém, a partir das investigações e descartes de casos, os números voltaram a níveis bem mais baixos e o cenário se estabilizou. Visando às ações de prevenção, controle e enfrentamento das arboviroses, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) lança o Plano de Enfrentamento das Arboviroses 2025/2026.

No Estado, a dengue está presente desde 1987, com surtos epidêmicos marcantes em anos como 1997, 1998, 2002, 2015 e 2016. Os anos de 2015 e 2016 foram especialmente complexos devido à circulação conjunta dos recém-introduzidos chikungunya, zika e os quatro sorotipos da dengue. As condições climáticas, a falta de saneamento adequado e o acúmulo de lixo nas ruas contribuem para a proliferação do Aedes aegypti, aumentando o risco de epidemias.

O ano de 2024 também representou um desafio para as equipes de Vigilância em Saúde, com a ocorrência de casos de uma nova doença – até então nunca identificada no Estado -, a Febre do Oropouche. Os primeiros casos do agravo, considerado endêmico na Região Amazônica e caracterizado como uma arbovirose que possui como principal transmissor em ambiente urbano o mosquito Culicoides paraensis, também conhecido como maruim, foram registrados no mês de maio.

A Febre do Oropouche trouxe uma nova preocupação ao estado com a confirmação de transmissão vertical (da mãe para o feto) e perda gestacional.  O Plano apresenta um capítulo específico dedicado às orientações para vigilância da doença, investigação e o monitoramento dos casos em gestantes e de eventos gestacionais decorrentes da transmissão vertical. No Estado, a doença está presente em 31 municípios, espalhados na Zona da Mata Sul, Mata Norte, Região Metropolitana e no Agreste.

O enfrentamento dessas doenças requer ações integradas e sistemáticas, que serão orientadas a partir do Plano de Enfrentamento, por meio de colaborações intersetoriais, controle vetorial, manejo clínico adequado e envolvimento da população. No documento, a SES-PE detalha perfil epidemiológico e entomológico das arboviroses, a organização da rede de saúde para atendimento e um plano de ação para o enfrentamento de possíveis epidemias.

Além dos arbovírus já citados, a Secretaria, por meio da Diretoria Geral de Vigilância Ambiental, também tem o olhar atento sobre a febre amarela, com foco na prevenção de sua urbanização, visto que a transmissão ocorre predominantemente no ciclo silvestre, mas quando é vista em ambiente urbano provoca grande preocupação. Outro arbovírus emergente é a febre do Nilo Ocidental, que já teve casos humanos e epizootias registrados no Brasil, porém ainda sem casos em Pernambuco.

“O Plano de Enfrentamento às Arboviroses é um documento fundamental para organizar a rede e as equipes para a sazonalidade deste grupo de doenças. Ele traz, além de uma análise crítica do cenário epidemiológico, organização das fases de resposta e as respostas em si por setores. O Plano foi construído de forma conjunta por todos os setores da Secretaria de Saúde de Pernambuco e também funciona como modelo para Regionais de Saúde e municípios construírem seus planejamentos. O Plano está construído para os anos de 2025 e 2026 e é vivo, podendo ser atualizado ao longo que novas orientações ou novos fatos estejam em vigor”, reforça o diretor geral de Vigilância Ambiental, Eduardo Bezerra.

O Plano Estadual é composto por eixos estratégicos que darão diretrizes para as ações de Vigilâncias Epidemiológica, Entomológica e Laboratorial; Linhas de Cuidado (Atenção Primária, Secundária e Terciária); Educação em Saúde e Comunicação em Saúde. As ações serão organizadas com base nas seguintes classificações: resposta inicial, alerta e emergência.

A resposta inicial (nível 1) será ativada quando identificado o aumento da incidência de casos prováveis de arboviroses, com base no diagrama de controle, por quatro semanas epidemiológicas consecutivas e com positividade laboratorial entre 20% e 40% das amostras. Além disso, o monitoramento se dará também a partir da identificação da reintrodução de sorotipos ou cepas dessas doenças.

Já o alerta (nível 2) terá sua ativação realizada a partir da incidência de dengue e/ou Chikungunya ultrapassando o limite máximo no diagrama de controle por quatro semanas consecutivas ou mais; necessidade de abertura de leitos para assistência aos casos graves; caso confirmado laboratorialmente (RT-PCR) de Zika; Epidemias simultâneas de dois ou mais agravos e positividade laboratorial acima de 40% das amostras.

A resposta de emergência (nível 3) será acionada com a visualização da permanência das notificações acima da linha superior do diagrama de controle com permanência do cenário de aumento de casos; identificação da mortalidade (≥) 0,06/100 mil habitantes e letalidade ≥ 1,0/100 mil casos.

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