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Escalada do preço da carne deve continuar em 2025 e pressionar a inflação

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Foto: Reprodução

Por Estadão

Os preços das carnes bovina, suína e de frango devem continuar subindo em 2025, embora em ritmos diferentes, por conta de suas particularidades. Após um reajuste acumulado de 14,8% no grupo carnes de janeiro a novembro – acima do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de 4,29% em igual período –, especialistas consultados pelo Broadcast Agro apontam que a tendência de alta será impulsionada pela mudança no ciclo pecuário e pela continuidade das exportações em níveis elevados.

Na publicação do IPCA-15 de dezembro, nesta sexta-feira, 27, o resultado foi impulsionado exatamente pelo aumento no preço da alcatra (9,02%), do contrafilé (8,33%) e da carne de porco (8,14%). O índice de inflação subiu 0,34% em dezembro, abaixo dos 0,62% de novembro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No acumulado do ano, a inflação ficou em 4,71%, acima do teto da meta de inflação de 4,5%.

Segundo especialistas, a virada no ciclo pecuário, que é a retenção das matrizes após um ano de recorde nos abates de fêmeas e machos, que dava sinais nos últimos meses, deve se consolidar em 2025. “Estamos em um ciclo de diminuição do abate de fêmeas, e isso será uma dinâmica persistente ao longo de 2025, puxando para cima o preço da arroba do boi”, disse o economista da Quantitas, João Fernandes.

Para ele e também para a CEO da Agrifatto, Lygia Pimentel, o movimento de alta será mais forte no segundo semestre, quando a arroba (15 quilos) pode superar os R$ 350. Na avaliação de Pimentel, será na virada de 2025 para 2026 que os preços da carne bovina estarão mais “salgados”.

A Quantitas estima um aumento de 8% na cotação da carne bovina em 2025, considerando tanto fatores conjunturais (a mudança no ciclo pecuário) como macroeconômicos, caso, por exemplo, do câmbio e dos juros.

Além disso, a exportação continuará aquecida, como destaca a indústria, que festeja os resultados de 2024: foram 2,948 milhões de toneladas embarcadas ao exterior até novembro, crescimento de 30,84% em relação ao ano anterior, segundo a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), com base em dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

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