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Corte zero: Nada justifica ataque aos mais pobres

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Foto: Sebastião Moreira/EFE

Por David Deccache*

Infelizmente, preciso denunciar uma manobra desonesta articulada por parte da esquerda. Desde abril de 2023, o Ministro Haddad já tem pronto um pacote de austeridade que ataca duramente os mais pobres, funcionando como uma espécie de segunda fase do Novo Arcabouço Fiscal. Esse pacote inclui retrocessos que atingem despesas atreladas ao salário mínimo ou, alternativamente, o próprio crescimento do salário mínimo, impactando toda a classe trabalhadora, aposentados e beneficiários de programas sociais.

Entre os ataques previstos estão: a deterioração do Benefício de Prestação Continuada (BPC), essencial para pessoas em extrema pobreza; cortes no abono salarial, um direito fundamental de quem ganha entre 1 e 2 salários mínimos; e investidas contra os pisos constitucionais de saúde e educação, comprometendo a prestação de serviços básicos essenciais para milhões.

Tudo isso não é um erro, mas consequência direta do Novo Teto de Gastos, que matematicamente exige cortes nos direitos sociais para se sustentar. Como seria impopular apresentar esses ataques puros ao Congresso, adotam a tática do “SOCIALWASHING FISCAL“: misturam esses cortes brutais com uma possibilidade de isenção de imposto de renda para quem ganha entre R$ 2.800 e R$ 5.000, tentando tornar o pacote mais palatável. Além disso, falam em “tentar taxar os ricos” como desculpa para atacar os mais pobres, invertendo completamente o sentido histórico da luta da classe trabalhadora, que sempre foi para taxar os ricos e AMPLIAR os direitos dos mais pobres, não como justificativa para atacar quem está em situação de pobreza.

É inaceitável relativizar cortes contra os mais vulneráveis. E mais: se o discurso é de que “não há correlação de forças” no Congresso reacionário, por que então enviar um pacote que ataca justamente quem mais precisa? O povo trabalhador não pode aceitar esse jogo SUJO. CORTE ZERO PARA GASTOS SOCIAIS. Nenhum direito a menos.

*Doutor (UnB) e Mestre (UFF) em Economia. Assessor Econômico na Câmara dos Deputados/PSOL. Diretor do IFFD. Coautor do livro Teoria Monetária Moderna (…)

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