Em quatro anos, entre 2019 e 2022, o governo de Jair Bolsonaro repassou 177 milhões de reais à Globo (e às afiliadas), que o então presidente tratava como inimiga.
Noutras palavras, se Bolsonaro boicotou, Lula da Silva decidiu priorizar a maior (e, sim, melhor) rede de comunicação do país.
Os dados foram apurados pela revista “Veja”. “Somente em 2024, a Globo já foi agraciada com cerca de 87,2 milhões de reais, valor que supera os 86,3 milhões de contratados durante todo o ano de 2022, ano em que o governo Bolsonaro mais favoreceu a emissora”, revela a revista.
“De janeiro a outubro do ano atual, a Globo representou 53% dos 164,4 milhões de reais gastos em inserções do governo nas principais TVs do país. Na prática, o valor da publicidade recebida pela Globo em 2024 é maior que a soma dos contratos com 17 outras redes televisivas. A mesma vantagem foi observada em 2023, quando o grupo da família Marinho fechou 130,5 milhões de reais em negócios com o governo — mais do que os 127 milhões que a Secom de Bolsonaro destinou a todas as TVs do Brasil em 2019”, acrescenta a “Veja”.
Vice-campeã em faturamento, a Record faturou 35,8 milhões de reais da Secom em 2024. No ano anterior, recebeu 41,1 milhões. “Menos de um terço do que foi pago à Globo”, enfatiza a revista. A Record é vista como uma rede próxima do bolsonarismo. O bispo Edir Macedo mantém seu entusiasmo por Jair Bolsonaro e cia. No governo de Bolsonaro, a Record era campeã em faturamento, superando a Globo.
O SBT figura em terceiro lugar, tendo recebido, em 2024, 23,2 milhões do governo Lula da Silva. A Band ficou em quarto lugar, com 11,7 milhões. Em seguida, vem a RedeTV!, com 2,1 milhões.