O 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro proferiu a condenação dos ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz pelos assassinatos da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, em 14 de março de 2018. O veredicto foi alcançado após 2.423 dias desde o crime. Lessa, o autor dos disparos, recebeu a pena de 78 anos e 9 meses de prisão. Queiroz, que dirigiu o Cobalt usado no atentado, foi condenado a 59 anos e 8 meses de prisão.
O julgamento se estendeu por dois dias, com o Ministério Público solicitando a pena máxima de 84 anos para os réus. Durante o processo, os promotores enfatizaram a ausência de arrependimento por parte dos acusados, destacando a frieza de Lessa ao descrever os detalhes do crime. A defesa de Lessa mencionou sua delação, enquanto o advogado de Queiroz argumentou que seu cliente não tinha conhecimento do plano criminoso.
O júri revisitou momentos significativos do crime, que ocorreu em 14 de março de 2018. Fernanda Chaves, a única sobrevivente do ataque, e Marinete Silva, mãe de Marielle, compartilharam o impacto emocional que a tragédia causou em suas vidas. Ágatha Arnaus, viúva de Anderson, também expressou a dor da perda e como isso afetou seu filho.
A investigação, realizada pela Polícia Civil, foi crucial para a elucidação do caso. A perita Carolina Rodrigues confirmou que a arma utilizada no crime foi uma submetralhadora HK MP5. O delegado Guilhermo Catramby também destacou a relação de amizade entre Lessa e Queiroz, que incluía viagens juntos. Marielle Franco, que foi eleita vereadora em 2016, se tornou um ícone na luta por justiça e direitos humanos.