Por Jamildo Melo
O prefeito do Recife, João Campos, do PSB, não se furtou a fazer no programa Roda Viva uma análise da derrota do candidato do PSOL em São Paulo, Guilherme Boulos, apoiado pelo PT e Lula.
Sem papas na língua, mas de forma diplomática, João Campos disse que o discurso que for feito na eleição tem que ser verdadeiro, em uma sugestão de que Boulos foi obrigado a tentar vestir um personagem que não é.
Nesta hora, João Campos citou uma frase conhecida de Dom Helder, mesmo sem citar o nome do ex-arcebispo de Olinda e Recife.
“Você (Boulos) passa 19 anos de um jeito e um ano (eleição) revisitando tudo, mas as pessoas sabem das coisas. Você acha que o povo não pensa, mas o povo pensa”, parafraseou o Dom da Paz.
Guilherme Boulos (PSOL) foi derrotado no segundo turno das eleições para a prefeitura de São Paulo por Ricardo Nunes (MDB).
Boulos obteve 40,65% dos votos válidos, enquanto Nunes conquistou 59,35%.
Apesar de uma campanha robusta, com um orçamento de R$ 81,2 milhões, a mais cara do Brasil neste ano, Boulos não conseguiu superar a alta rejeição e a dificuldade de atrair eleitores fora de sua base tradicional.
No caso, a derrota foi particularmente amarga, considerando o apoio significativo do PT e do presidente Lula, além de uma campanha mais estruturada em comparação com 2020.
Mesmo com esses recursos, Boulos teve um desempenho similar ao da eleição anterior, quando também foi derrotado no segundo turno, mas por Bruno Covas (PSDB).
A campanha de Boulos enfrentou críticas internas dentro do PT, com algumas lideranças questionando a escolha do candidato e sugerindo que uma candidatura mais ao centro teria sido mais competitiva.
Na bancada de entrevistadores do Roda Viva, entre outros, Augusto Maia Leite, diretor de redação do Diário de Pernambuco; Betânia Santana, repórter e colunista política da Folha de Pernambuco.
