Por Magno Martins
O PT de Pernambuco virou uma legenda nanica, desestruturada e sem comando. Nas eleições municipais, só elegeu seis prefeitos. Na capital, espelho para o resto do Estado, emplacou apenas dois vereadores, mesmo por causa da sobra da cauda eleitoral da federação com o PCdoB e PV.
No Recife, o PT foi humilhado. Passou todo o processo eleitoral implorando a João Campos (PSB) pela vice na sua chapa, mesmo tendo um nome competitivo, o deputado estadual João Paulo. Passada a eleição de primeiro turno, o partido protagoniza outro vexame no segundo turno, agora em Paulista. Apressados, os dirigentes municipais antecipam o apoio ao candidato do PSDB, Severino Ramos, mas são barrados pela direção nacional.
Ninguém sabe quem manda no PT em Pernambuco. Afinal, como um diretório municipal é capaz de ignorar os generais da legenda no Estado e optar pelo apoio a um candidato de direita, filiado ao PSDB, partido que faz oposição ao Governo Lula e que, no Estado, é liderado pela governadora Raquel Lyra?
Só dá para concluir que em Pernambuco o PT virou uma casa de Mãe Joana, um partido onde todos mandam, mas ninguém obedece, porque reina uma desorganização geral. Uma legenda onde vale tudo, inclusive selar aliança com uma ultradireita como o PSDB de Paulista. Lamentável tudo isso, sobretudo no Estado do presidente Lula, que se orgulha das suas origens e que tem dado um tratamento diferenciado por ter nascido por essas bandas.
Ainda no episódio vexatório de Paulista, foi preciso Oscar Barreto, da direção estadual do PT, mas considerado o mais roxo socialista do partido, pelas suas relações históricas com Eduardo Campos e ainda ocupar cargo na gestão de João Campos, mobilizar os demais integrantes do comando estadual da legenda para recorrer aos dirigentes nacionais, em Brasília, tornando letra morta a decisão tomada pelo PT de Paulista em favor da candidatura de Ramos.