O Irã está se preparando para lançar um ataque com mísseis balísticos contra Israel nas próximas horas, de acordo com informações divulgadas nesta terça-feira, 1, por uma autoridade do governo dos Estados Unidos. Esta autoridade também alertou sobre as “graves consequências” de um ataque deste tamanho.
A autoridade, que falou sob condição de anonimato para discutir o assunto, disse que os EUA estão apoiando ativamente os preparativos defensivos israelenses. O alcance do possível ataque iraniano não era claro, mas poderia envolver uma combinação de drones e mísseis.
O ataque iraniano ocorreria em um momento em que as autoridades israelenses aumentaram as restrições de circulação em Jerusalém e Tel-Aviv, as principais cidades do país.
Na segunda-feira, 30, as Forças de Defesa de Israel (FDI) confirmam que soldados israelenses cruzaram a fronteira com o Líbano com o objetivo de destruir a infraestrutura da milícia xiita radical libanesa Hezbollah.
O Exército disse que um contingente de 10 mil soldados está participando de operações “limitadas” dentro do Líbano. Segundo Tel-Aviv, Israel optou por operações terrestres no país vizinho para que os moradores do norte do país possam voltar para suas casas sem o risco de foguetes do Hezbollah. Cerca de 60 mil pessoas foram deslocadas do norte de Israel por conta da escalada de tensões.
As FDI também pediram o deslocamento de cidadãos libaneses de comunidades próximas da fronteira com Israel por conta do aumento da atividade militar.
Operações secretas no Líbano
Segundo o porta-voz do Exército de Israel, Daniel Hagari, forças israelenses tem conduzido diversas operações no Líbano no último ano.
Mais de 70 operações foram conduzidas em território libanês desde o inicio das hostilidades, no dia 7 de outubro do ano passado, após o ataque terrorista do Hamas no sul de Israel. Segundo uma autoridade israelense que conversou com o jornal americano The Washington Post, mais de 1000 armazéns do Hezbollah foram destruídos.
“Estamos nos concentrando em uma área próxima a nossa fronteira”, disse Hagari. Segundo o porta-voz, o Hezbollah tinha uma infraestrutura robusta nesta região para realizar um ataque similar ao do Hamas.
“Não vamos para Beirute. Não vamos para as cidades do sul do Líbano”, apontou Hagari, abordando implicitamente as preocupações dos líderes internacionais de que a incursão de Israel seria expansiva.
Ataque iraniano
Ainda não está claro como o Irã atacaria Israel. Segundo o jornal The New York Times, três autoridades israelenses afirmaram que o ataque envolveria drones não tripulados. Já uma autoridade americana apontou que o ataque poderia envolver mísseis balísticos.
Qualquer ataque aumentaria significativamente o risco de uma guerra total entre Israel e o Irã, que incluiria o chamado “eixo da resistência” do Irã, composto pelo Hezbollah, o grupo terrorista Hamas, os Houthis no Iêmen e milícias na Síria e no Iraque.